2017 – Por Fernanda Mambrini Rudolfo

01/01/2017

Eis que, finalmente, chega o tão esperado ano de 2017. E o que muda com a virada do calendário? Nos policiamos ao datar as petições e os poucos cheques que ainda preenchemos. Há varias despesas características dessa época do ano. Mas não é só. Renovam-se as energias e aumenta a expectativa por um mundo melhor.

Falar em um “mundo melhor” parece algo muito amplo e, ao mesmo tempo, impossível. Mas isso está nas pequenas coisas, que refletem dos mais diversos modos em nossas vidas.

Está em ir além das críticas a quem espanca outrem até a morte em uma estação de metrô no dia de Natal, para deixar de naturalizar a reação de todos aqueles que apenas assistiram à cena e silenciaram. Está, por outro lado, em entender que a violação de direitos dos autores das agressões não se legitima. Não há justificativa para agir como justiceiros, muito menos para linchamentos.

Esse, aliás, é um problema que precisa ser enfrentado em 2017. A crença na possibilidade da violação de direitos daqueles que – supostamente – desrespeitaram a lei.

Tentar fazer um mundo melhor consiste em não acreditar em super-heróis, mesmo quando exercem funções consideradas relevantes, mas na força das leis e da Constituição. É respeitar o processo (o famigerado devido processo legal...) sem importar quem está sendo julgado. Todos têm direitos.

Acreditar em um 2017 diferente implica crer no fim dos discursos de ódio, das manifestações egoístas de preconceito e de desprezo. Porque um mundo melhor não pode ser machista, androcêntrico, racista, xenófobo, homofóbico... um mundo melhor não permite que nos calemos diante desse cenário de reconhecimento de direitos apenas a quem “importa”. 

Vivemos, lamentavelmente, um período de caos, em que os direitos pouco valem, sobrepondo-se certas autoridades às leis e à própria Carta Magna. Isso para não falar no desrespeito às normas internacionais...

Mas é chegado 2017. Com ele, renovadas as energias, é chegada a hora de fazer algo para mudar. É chegada a hora de sermos diferentes daqueles que assistiram à morte de uma pessoa e se omitiram. Não podemos assistir à morte da democracia. Não podemos apenas testemunhar o assassinato dos direitos.


 

Imagem Ilustrativa do Post: Unfold Your Mind // Foto de: Kristof Magyar // Sem alterações

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