VOO NOTURNO EM CAATINGA

02/10/2024

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Lâmina aberta e veloz
invade o sono fatia a noite
transmuda em folhas a face
inconsciente e mística animada
pelos ventos e sombras e luzes
que se apagam sob plástico azul
em máscaras uniformes e brilhos
e ouro e prata e a sela de couro
um vaqueiro tange a escuridão
e a penumbra dorme no alpendre
redes balançam nos tornos que rangem
e ainda há um sonho armado
dependurando-se cabeças ósseas
as caveiras dos tourinhos sem mães
e os zumbidos violam sótãos altos
sons e porões fechados a chave grossa
fica ali o resguardo eterno de prenhez
violada e dedos triturados em moinho:
o retiro de mentes e vozes antigas.

 

Imagem Ilustrativa do Post: colourback_11018 // Foto de: godata img // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/141899785@N06/28158535051

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura