Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Lâmina aberta e veloz
invade o sono fatia a noite
transmuda em folhas a face
inconsciente e mística animada
pelos ventos e sombras e luzes
que se apagam sob plástico azul
em máscaras uniformes e brilhos
e ouro e prata e a sela de couro
um vaqueiro tange a escuridão
e a penumbra dorme no alpendre
redes balançam nos tornos que rangem
e ainda há um sonho armado
dependurando-se cabeças ósseas
as caveiras dos tourinhos sem mães
e os zumbidos violam sótãos altos
sons e porões fechados a chave grossa
fica ali o resguardo eterno de prenhez
violada e dedos triturados em moinho:
o retiro de mentes e vozes antigas.
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