- Ah, meu caro, eu acredito na força pela força, pois aprendi isso em casa.
- Ah é? Seu pai também lhe batia?
- Não...quem me dera...ele sequer estava lá.
- Poxa, o seu também?
- Pois é, talvez explique essa necessidade de chamar atenção das mulheres de forma tão contundente.
- Você acha?
- Sim, é o que parece. Sua insegurança se reflete em tentar subjugar quem pensa ser mais fraco.
- Poxa, nunca tinha visto dessa forma...por isso preciso atestar minha masculinidade, por não ter certeza dela, pq sempre me senti um rejeitado por quem achava que me devia atenção?
- Talvez, meu caro.
- Caramba, isso explica o seu patriotismo, a busca de uma “mãe gentil”?
- Não seja cruel, apenas quero uma pátria para moldar do meu modo.
- E se você conseguir?
- Como assim se eu conseguir? Não posso!
- Pois é, não pode!
- Se eu conseguir, essa tal “pátria que me pariu”, nada teremos além do menino encolhido no canto, abraçado aos joelhos, com a cabeça entre as pernas, pensando que um dia tudo aquilo iria mudar.
- E mudou?
- ...
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