Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Não foram as estrelas floreando a noite,
Nem mesmo a lua arqueada em prata;
Não foi a chuva estalando o chão,
Nem os seus pingos esfriando a terra;
Não foi a brisa tateando o rosto,
Nem mesmo o mar na efusão das ondas;
Não foi o sol amorenando o corpo,
Nem a ciranda do vento agitando as folhas;
Não foram as árvores, nem seu verde vivo,
Não foram os lábios a moldar sorrisos;
Não foi a inocência dos primeiros versos,
Nem mesmo a dor descorando a face;
Não foram as vozes murmurando súplicas,
Nem os olhares lamentando a injustiça;
Não foram os aplausos cerrando as cortinas,
Nem a despedida na última palavra;
Não foram as fontes, nem o brincar na água,
Não foi a meninice que marcou o tempo;
Não foram os medos, nem as emoções travadas,
Nem mesmo os contos, tantas vezes lidos;
Não foi a alegria do momento amado,
Nem as canções que colheram lágrimas;
Não foi o ato que gerou a vida,
Nem as lições do tempo eternizadas;
Não foi o gesto na humildade sábia,
Nem o desejo de sentir o mundo;
Não foram as viagens desfolhando histórias,
Nem os abraços nunca mais sentidos;
Não foram as paixões, por vezes vividas,
Nem a candura do amor de agora;
Não foram as lembranças, fotografias do tempo,
Mas o pulsar da alma desnudando o ser,
A existência,
Tudo que senti,
O começo,
Toda a trajetória,
De tudo que vivi, compus minha história.
Imagem Ilustrativa do Post: Birds Flying Over // Foto de: Johannes Plenio // Sem alterações
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