Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
É preto, é pobre, é pilão de gente / é massa, argamassa, é liga que nos liga / é terra, nossa terra, em Tupi e Yorubá;
Mas não se sente a dor, pois ela não é nossa, ela não se vê / está na veia do escravizado / está nas mãos e pés rachados / os tambores foram levados. Sem Òrun, só Àyiè / só realidade sem sonho / só terra fria batida / e mais e mais dor no tempo da dor.
É o sangue que jorra nas ruas / ruas perdidas ou mentes perdidas / e lá estamos parados, imobilizados / e lá estamos, com nossos sonhos roubados. Um sorriso desbotado, cansado / um poeta perdido, atordoado / é o vento que sufoca / é a tinta que não mancha / é a água que não molha / é a vida sem vida;
Só restaram as valas, só restaram as valas...
Imagem Ilustrativa do Post: prédios na rua do lavradio // Foto de: Eduardo Otubo // Sem alterações
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