RETROZES & CARRETÉIS

17/05/2023

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Sempre o meu olho
pousou
sobre a sua beleza.

Não houve dia
e não há
desse amor se perder.

O sorriso sem mentira
e mesmo o falar duro
me disseram o que sou.

Nunca construí nada
que não tivesse a sua mão
e o seu trabalho.

A mão certeira do corte
no pano e no tempo:
mão de mãe e de amor.

As vezes em que fico só
ainda tenho as suas mãos
a pele macia nos meus silêncios.

Ninguém diz nada além
do que ouço da sua boca
lábios de rainha sábia.

Preciso que me aconselhe
entre dias que se acumulam
e repita sempre que é só o começo.

Aceito sempre a palavra
de me apascentar e sorrir
mesmo que na incerteza.

A sua presença é a sua obra:
maior vitória do filho tenso
que se acalma quando vê você.

As fazendas ancestrais
de terra ou de tecidos nobres
deslizam pela minha testa.

As vezes em que me ensinou
a rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria
foram os dias em que me salvou.

A sua força é a força
de quatro homens
e de uma mulher. E mais.

O que devo? Estar firme
e não desistir do amor e da vida
plantados em mim, minha mãe.

 

Imagem Ilustrativa do Post: . // Foto de: // Sem alterações

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