Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Sempre o meu olho
pousou
sobre a sua beleza.
Não houve dia
e não há
desse amor se perder.
O sorriso sem mentira
e mesmo o falar duro
me disseram o que sou.
Nunca construí nada
que não tivesse a sua mão
e o seu trabalho.
A mão certeira do corte
no pano e no tempo:
mão de mãe e de amor.
As vezes em que fico só
ainda tenho as suas mãos
a pele macia nos meus silêncios.
Ninguém diz nada além
do que ouço da sua boca
lábios de rainha sábia.
Preciso que me aconselhe
entre dias que se acumulam
e repita sempre que é só o começo.
Aceito sempre a palavra
de me apascentar e sorrir
mesmo que na incerteza.
A sua presença é a sua obra:
maior vitória do filho tenso
que se acalma quando vê você.
As fazendas ancestrais
de terra ou de tecidos nobres
deslizam pela minha testa.
As vezes em que me ensinou
a rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria
foram os dias em que me salvou.
A sua força é a força
de quatro homens
e de uma mulher. E mais.
O que devo? Estar firme
e não desistir do amor e da vida
plantados em mim, minha mãe.
Imagem Ilustrativa do Post: . // Foto de: Tuncay // Sem alterações
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