Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Sou tão frágil, meu bem, que um som, de leve
pode ser-me fatal como o teu beijo:
qualquer música brega, qualquer frase
pode ser-me fatal. E, assim, não deve
a brisa andar tão próxima à tormenta,
como não deve o ritmo da valsa
transformar-se em punhais; a vida é breve
e aquilo que é demais logo arrebenta.
Sou tão frágil, meu bem, que nada pode
separar-me de ti. Teu nome é um sonho
que navega em meu sonho. Tenho pena
de tudo, algo me aflige e me sacode.
Desliga esse Gardel, bota um canário
em vez do som, da voz que me condena.
Imagem Ilustrativa do Post: closeup photography of plant on ground photo – Free Nature Image on Unsplash // Foto de: Jeremy Bishop // Sem alterações
Disponível em: closeup photography of plant on ground photo – Free Nature Image on Unsplash
Licença de uso: https://creativecommons.org/publicdomain/mark/2.0/