Reflexões – ciclo das gerações, suicídio, trabalho etc. - Por João Baptista Herkenhoff

25/11/2017

Proponho, neste artigo, cinco reflexões.

1) Sucessão das gerações – O ciclo natural da vida exige que gerações substituam gerações, na perene obra de construção e aperfeiçoamento do mundo e das coisas. Nas sociedades que se guiam por padrões éticos, aqueles que já deram sua parcela de trabalho, nos diversos ofícios que compõem a sinfonia da vida, constituem um grupo respeitável dentro da comunidade.  São os aposentados, ou jubilados, ou integrantes da reserva, merecedores de reconhecimento, inclusive através de estipêndios justos, que lhes garantam tranquilidade financeira.

2) Suicida tem direito a seguro por acidente pessoal? – Alguns negam esse direito sob o argumento de que o suicida optou pela morte. Creio que há uma distorção nesse raciocínio. Raramente o suicídio é um ato voluntário. Mais comum é a prática do suicídio em decorrência de um distúrbio emocional. Por este motivo, o suicida (se não tiver alcançado seu intento), ou a família (se o ato de desespero tiver sido consumado), tem direito de receber o seguro.

3) O que é ser juiz? Ser juiz não é realizar um trabalho burocrático que se resumiria em comparecer ao fórum, realizar audiências, voltar para casa levando quase todo dia processos para decidir e, no fim do mês, receber um salário que pode ser considerado muito bom, em cotejo com os rendimentos da maioria das pessoas. Vejo o juiz como alguém cujo papel é estar a serviço. Que não ocupe apenas um cargo, mas desempenhe uma missão.

4) O que é cura de uma doença? Estar curado, depois de uma doença, não significa ter passaporte para a vida eterna no curso desta existência que é, por si, transitória. Estar curado nem mesmo é a garantia de morrer de enfermidade diversa daquela que nos atingiu um dia. Parece-me que outro deve ser o conceito de cura. Cura é saúde depois da doença. Esta saúde depois da doença tem um sentido bem mais amplo do que o significado textual. A doença pode provocar um salto existencial. O enfermo, depois de curado, pode ser uma pessoa melhor.

5) Acreditar no Brasil. Vejo pelo menos cinco motivos para confiarmos no futuro do Brasil: a) um idioma único, de norte a sul do país; b) conflitos e divergências há sim, mas não vejo em nossas terras, ódio racial, político ou religioso, como ocorre em outros países; c) território imenso, fronteira com quase todos os países da América do Sul;d) paulatina redução do nível de pobreza extrema, como demonstram estudos estatísticos; e) bom humor na alma do povo, mesmo à face das dificuldades.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Future // Foto de: Dan Zen // Sem alterações

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