QUANTO ANTES NOS AFASTARMOS, ANTES NOS ABRAÇAREMOS DE NOVO

16/03/2020

O Coronavírus é sério e tomou conta do mundo.

Nesta quarta-feira (11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como pandemia mundial, em curso no mundo com a sua disseminação por mais de cem países, em todos os continentes.

Amigos que moram em outros países estão vivendo uma situação de guerra, com desabastecimento, falta de recursos, cidades com muitas pessoas doentes e muitos mortos. O vírus ataca a todos, mas representa grave risco de morte para os mais velhos, pessoas doentes e com algum tipo de vulnerabilidade.

A Itália está devastada. O número total de casos subiu muito e as mortes em decorrência da doença aumentaram assustadoramente. Para conter a situação, o governo italiano adotou medidas drásticas para a contenção do contágio. As escolas e universidades vão permanecer fechadas até abril e quem descumprir as regras, está sujeito a três meses de prisão e multa de 200 euros.

 A situação exige muita calma e responsabilidade. O Brasil pode e deve entender melhor a doença, a partir da experiência daqueles que já estão enfrentando o problema na terceira ou quarta semana, como é o caso da Europa, de onde parte a grande recomendação a ser observada por todos, sem exceção: isolamento.

Acontece que cerca há um percentual considerável de pessoas infectadas que vai necessitar de internação. Nesse sentido, o isolamento é a única forma de diminuir o pico, ou seja, muitas pessoas a serem atendidas ao mesmo tempo, em quantidade muito superior ao que o sistema consegue atender. Isso quer dizer que o nosso papel é impedir que outras pessoas, especialmente os idosos, os mais pobres ou aqueles do grupo de risco, sejam contaminados. Nosso papel, como pessoas privilegiadas é ter empatia com quem (talvez) não vá receber atendimento, caso esse vírus atacar muita gente ao mesmo tempo.

Algumas medidas são urgentes. Impõe-se, imediatamente, a suspensão de todos os atos e prazos processuais. Não há interesse objeto de processo judicial que se sobreponha, agora, ao interesse público decorrente dessa pandemia. Na questão prisional, é fundamental uma decisão global e irrestrita de afastamento de todos os presos do aberto e semiaberto, além daqueles beneficiados com o direito a saídas temporárias, para que não fiquem no interior de estabelecimentos insalubres e superlotados, devendo ser determinado o cumprimento em regime de prisão domiciliar pelo prazo mínimo de trinta dias do maior número possível de pessoas. Todos os órgãos públicos e empresas devem manter as pessoas trabalhando em casa. Escolas todas fechadas, imediatamente. Cancelados shows e festas.

Está na hora de interrompermos tudo o que estivermos fazendo. Hora de cancelar compromissos, desmarcar horários, encontros, eventos, aulas, saídas e chegadas. A hora é de recolhimento. Hora de ficarmos em casa com nossa família. Quietos. É hora de criarmos uma estratégia de proteção das pessoas pertencentes ao grupo de risco.

É hora de pensar no Outro.

Serão milhares e pessoas idosas, pais, mães, tias, avós, que precisam de isolamento, porque o maior risco será pela falta de atendimento, já que os hospitais não possuem (hoje) leitos para o atendimento das pessoas. Esta foi a lição que colheram os gestores em todos os lugares do mundo já atingidos pelo vírus: somente o isolamento pode permitir o controle da pandemia.

O mais sensato, humano, responsável, solidário é criarmos as condições para o isolamento, para não disseminarmos a doença pela movimentação.

É hora de parar. Hora de ficar em casa e não sair. Hora de usar o celular.

É hora de sentirmos o cheiro do tempo. Um tempo difícil que será de muito aprendizado. Quem for empregador, que seja sensível para liberar seus colaboradores. Quem for empregado, que estabeleça um diálogo franco a respeito da necessidade de todos pararem agora. Crianças não devem ser mandados para o parque, para a pracinha e, muito menos, para a casa dos avós. Famílias reunidas em casa. Voluntariamente. Quem puder, tem o dever de ficar em casa, porque alguns terão que sair, por absoluta necessidade, porque serão obrigados pela condição de vida. De qualquer forma, a conscientização é a melhor arma contra a disseminação descontrolada da doença.

Uma doença que nos faz ter empatia e pensar na alteridade. Agora, não se trata de cuidar apenas de si, mas de cuidar do Outro!

Vamos parar?! Por nós e pelos nossos...

Mais não digo.

 

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