Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Banhada de um sangue turvo,
Numa noite fria,
As palavras lhe escapavam em profusão:
Você me teve preconceito, por quê?
Humilhou-me?
Bateu-me?
Violentou-me?
Inferiorizou-me?
Não mereço.
Nasci assim. Sou mulher.
Quero meu corpo, rosto e coração.
Um transeunte passava e ouviu seu último grito:
Amem-me.
Morreu dignificando sua dura vida.
E na morte viveu.
Arte de Lia Testa