PLENITUDE - Clécia Cristina Galindo

15/05/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Hoje poucos estão completos. 

Falta uma parte do coração, uma parte do amor que partiu abruptamente, deixando a vida sob os estilhaços da dor.

Hoje muitos estão fragmentados. 

Uma parte de si renunciou. Restou a ausência e a lembrança do sentimento de integralidade.

Hoje todos estão frágeis. 

O adeus não se fez presente, o abraço ficou pendente, o sorriso para sempre guardado, a existência entre a esperança e o desânimo, a distância entre a agonia e a impiedosa resignação.

Não há como reinventar a parte que falta. Não há como preencher o lugar da parte. Apenas é possível conviver com o vazio deixado pela parte. Conviver e Ser. Conviver e Redescobrir. Conviver e caminhar em passos brandos.

O amanhã aguarda um novo sentido para a plenitude em meio a espaços vazios que de modo algum serão preteridos, mas sim apreciados pelo o olhar da ressignificação.

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

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