Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Arremessa-me o bom dia do sol
Do sonho doce ao real mundo salso.
Entre furtos, esperanças e álcool,
Oculto as lágrimas num riso falso.
Distinto do sorriso de infância.
Ah, minha infância... de lá nada trago!
Cedo perdi a inocência e o afago,
Restou medo, violência e errância.
Lancinante é a companhia da lua
A me observar estoica entre os prédios,
Enquanto tenho como casa a rua.
A vida não me dá cama ou remédios,
Só desprezo,dor, fome e bofete:
Cala a boca e levanta as mãos, pivete!
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