Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Quando a super-mamãe @clarissa_figueiredo estava grávida do nosso primeiro moleque fiz questão de ir a TODOS os exames e consultas do pré-natal.
Compreendia, naquele momento, qual deveria ser a minha responsabilidade como pai, mas na realidade, não sabia como agir de verdade.
Nas pesquisas sobre paternidade, encontrei uma entrevista que realmente me influenciou e, por isso, sou grato ao Marcos Piangers @piangers autor do livro “Papai é Pop”.
Coisas que não sabia que sentia ou me importava. um pequeno exemplo: porque, naquela época, só tinha trocador de fraldas nos banheiros femininos?
Pai não troca fralda não?
Foi a partir dessas reflexões que tentei (tento até hoje com a nossa pequena moleca) seguir o meu papel de papai. Nada demais, e ao mesmo tempo, muita coisa: apenas ser o que os pequenos esperam de nós.
Mas, se aprofundarmos essa questão, vamos alcançar o ponto da paternidade como um ato não só de amor, mas social e político!
Na verdade, transformador! E é disso que a nossa sociedade precisa: se transformar, pra ontem!
No entanto, ainda vivemos uma sociedade machista e isso resulta, também, no afastamento dos pais de estarem mais tempo com seus filhos e ainda, sobrecarregando as mamães.
Tive essa experiência quando fui na primeira reunião da creche do pequeno. A pedagoga falava: “olha, a mamãe tem que... quando a criança vier, a mamãe vai...”
Daí bradei: “vem cá, essas crianças não tem papai não?” Pelo constrangimento que causei, ela mudou o tom, começou a falar, “as mamães e os papais”. Mas a culpa não era dela, é da sociedade. Naquela reunião, lembro bem, tinhas 8 mães e 2 pais.
Claro, os papais têm que trabalhar. Ué, as mamães não? Os papais ficam cansados. Ué, as mamães não? Aliás, impossível comparar esse cansaço. Simplesmente impossível e todos sabem disso!
Cada vez mais sinto que é esse machismo que deixa as mamães sobrecarregadas física e emocionalmente. É claro que não dá para igualar a maternidade com a paternidade, pois o útero e a amamentação criam um elo natural e a relação de pai para filho é construída.
E essa construção começa a partir do nascimento e se desenvolve quando o bebê não está sendo amamentado pela mamãe. Este sim, um maravilhoso ato de pura e exclusividade materna. Mas, papais, todos os outros atos são iguais e devem ser iguais!
Se sou chato em tentar dar todos os banhos, os arrotos e as mamadeiras desde o nascimento do meu filho há quase 5 anos, é um mínimo simbólico de um ato de construção. Sigo, agora, na pequena!
Todo o textão para dizer que a paternidade deve ser um ato de valorização das super-guerreiras mamães que sempre se desdobram em mil facetas para dar o maior amor do mundo: o amor de mãe.
Hoje não é dia de nada! Não é dia do pai nem da mãe! Não é nada. Apenas uma madrugada de domingo que não conseguia dormir pois uma bebê queria mamá e um moleque se aboletou na nossa cama e dormiu, praticamente, em cima da gente. Na insônia, lembrei que tudo o que puder fazer, como pai, para homenagear essas mães maravilhosas que tanto amo @clarissa_figueiredo e @lucimarbsampaio farei!
E sim, fico p. da vida quando alguém diz: “ah ele ajuda né?” Ajudo é o cacete:
pai não ajuda, pai divide!!!
Imagem Ilustrativa do Post: silhoutte of man and son on beach // Foto de: Harika G // Sem alterações
Disponível em: silhouette of man and woman standing on beach during sunset photo – Free Human Image on Unsplash
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