O SER HUMANO JÁ NÃO É MAIS O SUJEITO DE SUA PRÓPRIA HISTÓRIA. OS DIREITOS E O TRABALHO ESTÃO SENDO TRANSFORMADOS EM MERCADORIAS

28/08/2018

No mundo atual, somos “governados” pela grandes corporações. Tudo gira em torno de interesses econômicos e o “mercado” é o grande artífice de nosso modo de vida.

É importante notar que o próprio “mercado” é controlado e direcionado, mundialmente, pelo grande capital, pelas empresas sem pátria e sem ética.

Projetos sofisticados e elaborados pelos executivos das grandes multinacionais acabam determinando, via produção e propaganda massiva, o que vamos consumir, o que vamos ouvir, o que vamos ver, do que vamos gostar, etc., etc., etc. Um exemplo disso foi a imposição das grandes montadoras de automóveis: elas decidiram que nós só teríamos carros prata, preto e branco. Acabamos gostando disso ... Puro autoritarismo.

Por outro lado, os novos automóveis, salvo as sempre presentes exceções, estão sendo fabricados sem aparelhos de som próprios para cds ou dvds. Que fazer com as nossas coleções? O que fazer com as nossas bibliotecas, quando elas forem substituídas por “pen drives” ou por leitores de textos, tipo “Kindles”.

Na verdade, a eles, não interessa o apego por nossas coisas. Ao “capital”, só interessa a sua acumulação... O lucro não tem limites... Os valores humanos não são limites à cobiça desmedida...

A sociedade moderna e tecnológica está “roubando” o nosso tempo. Talvez porque o tempo seja subversivo ... O tempo nos permite pensar, nos permite vivenciar emoções, nos permite refletir e desenvolver uma consciência crítica da perversa realidade a que estamos sendo submetidos. Hoje tudo é feito para ser rapidamente consumido. Tudo é efêmero e descartável. Isto nos abrange até o ponto dos afetos.

Estamos substituindo e verdadeiro sentimento de felicidade pela excitação. A ansiedade é um dos muitos grandes males da sociedade tecnológica.  

A intolerância é uma “epidemia” nos dias de hoje, resultante da falta de cultura e resultante de uma sociedade autoritária e preconceituosa.

Por outro lado, a ciência não é conhecida pela população, que apenas deseja usufruir da tecnologia imposta pelo mercado. Falam em “banda larga”, mas ninguém sabe o que seja ... Fala-se em tecnologia digital (diferente da analógica), mas ninguém sabe o que seja uma coisa ou outra ... Pior, não sabem e não têm curiosidade de saber... 

Os jovens atuais “abraçam” tudo o que o mercado deseja que eles venham a consumir, tudo de forma totalmente acrítica. A grande mídia nunca influenciou tanto a formação de novas gerações. A grande mídia é o reflexo perverso dos interesses econômicos que a sustentam.

Não somos mais sujeitos de nossa própria história e estou profundamente pessimista com o futuro desta sociedade globalizada e dominada pela ganância, pela hipocrisia, pela falta de humanismo e pelo individualismo. O ser humano está “morrendo com o próprio veneno”. 

Como superestrutura, condicionado pelas relações econômicas, o Direito cada vez mais se “privatiza” e os direitos das pessoas são transformados em mercadorias. O mesmo ocorre com o trabalho, que passa a ser terceirizado, em uma verdadeira relação de mercancia.

Parodiando o grande e saudoso historiador inglês Arnold Toynbee, termino demonstrando ainda alguma esperança na sobrevivência de nossa espécie, dizendo: espero que ainda haja a possibilidade de uma quarta guerra mundial, mesmo que ela seja de arco e flecha...

Como será a sociedade do futuro? Haverá futuro para o ser humano? Será ele verdadeiramente humano? Haverá ser humano e sociedade no futuro?

 

Imagem Ilustrativa do Post: Untitled // Foto de: Katler Dettmann // Sem alterações

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