Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Seja delicado:
Meu corpo é sagrado.
Dele, sai o leite que alimenta a vida;
Ele é o meio, o caminho,
O ponto de partida.
No cálice que trago em meu ventre,
Sinto o milagre de células virando gente.
Não me violente!
Não me diga o que eu devo,
Nem o que eu não devo fazer.
Deixe-me ser o que eu quiser ser.
Eu tenho o direito de dizer como vai doer,
De ostentar, ou não, uma cicatriz.
Eu tenho o direito de ser feliz,
De chorar ao ouvir chorar o meu bebê.
Eu tenho o direito de amanhecer
Com o Sol que ajudei a parir.
Quem dá à luz tem o direito de sorrir.
Quero estar ao lado da minha Mãe,
Para que ela interceda por mim
E que o pai se faça presente, enfim.
Quero ter quem abraçar,
Se medo eu sentir;
Quero aceitar o que a natureza decidir.
Quero flores, quero carinho,
Quero saber que o meu bebezinho chegou
E que ele está bem.
Eu não sou ninguém:
Eu sou a fábrica do mundo!
Vivencio o amor mais profundo
E sinto, lá no fundo,
A força que vem de Deus!
O poder de gerar, Ele me deu.
É gente que sai do meu ventre
É leite que sai do meu peito...
Do fenômeno mais perfeito,
Sou fonte, sou berço,
Sou destino.
No meu corpo,
Vivencio o sagrado feminino.
No meu corpo,
Eu vejo a luz e ilumino,
No meu corpo, recebo a graça
Do mistério Divino.
Imagem Ilustrativa do Post: low angle photo // Foto de:Phillip Birmes // Sem alterações
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