Está lá, posta em seu altar
Distante de todos, mas ainda presente
Não pode ser tocada, talvez percebida
Palavras não a traduzem, então é dita por sussurros
Ecos de um algo, presença sentida
Envolvida por uma penumbra, seu semblante é desconhecido
Restam traços, vestígios, pedaços
Estes juntos, constituem apenas parte do Todo
Qualquer tentativa de dizê-la é insuficiente
Toda busca ao seu encalço é vã
Tatear no escuro é o que significa a sua procura
Uma linha intransponível se faz presente no limite
Há quem diga que a encontrou
Anunciando o dito êxito a todo canto
Dá-se um nome, estabelecem-se explicações
E quem a diz acaba por se tornar a sua detentora
Mas o que se houve são grunhidos
O que se vê são imagens turvas
Nada daquilo que se diz ser
Constitui a própria coisa
De todo modo, o rebanho é agrupado
E o seu guia é quem diz a Lei
Seriam incautos, vedados pela resignação
Ou iluminados que alcançaram o Todo?
Seja como for, o mistério permanece
Sabendo que há algo lá, a curiosidade move o trilhar
A questão que fica, é a que mais intriga
Se o que se busca é encontrado
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