O ENCANTO DOS CONTOS  

21/01/2021

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

No texto de hoje trato do encanto dos contos e também faço um paralelo importante, como veremos adiante.

Para isso, nada melhor que dividir um miniconto de minha autoria, cujo título é “O palco perfeito”: Era uma noite de lua cheia e céu estrelado. Viviane estava em sua casa, sozinha. Sentia a falta de seu amado. Sentada num balanço preso numa árvore em seu jardim, ela admirava a lua em seu esplendor. E, como num romance clichê imaginou estar sentada nela. Rodrigo chegava por trás carregando o seu violão e começava a tocar a sua música favorita. De repente surgia uma orquestra. Um tapete vermelho era estendido, muitas flores, como num passe de mágica. E Rodrigo a tirava para dançar. Bailavam lindamente. A lua era o palco perfeito. Nem pensou no clima. Vestia um longo angelical todo branco. Trocavam olhares apaixonados. A orquestra, o tapete e as flores desapareciam. Restavam somente os dois. O beijo demorado e uma intensa cena de amor. Viviane acorda em seu quarto, ainda é noite, procura Rodrigo que não está na cama. Então, abre a cortina e olha para a lua, que parece estar rindo, como se guardasse o seu segredo. Até lhe dá uma piscadela.

Percebam o ritmo (sonoridade) e as imagens produzidas a partir da narrativa. O lugar comum, a ideia central e aonde se quer chegar com a história. Claro que, num miniconto não dá para explorar muitos detalhes, mas eles devem ser escritos de forma a possibilitar ao leitor a compreensão da trama, que se passa no pensamento da protagonista, que no caso é bem romântica e sonhadora. Certamente o conto é destinado a um público específico, que gosta do gênero, certo nicho de mercado.

Não importa se você é um escritor ou roteirista, em termos de mercado de trabalho é essencial contar a sua história, mostrar o poder de seu produto para o seu cliente. A criatividade é fator primordial, aliada ao conhecimento e objetividade. As pessoas precisam do toque humano, daquilo que só você pode oferecer, sempre com uma boa narrativa ou contando uma boa história. No mundo de hoje é preciso sair do processo de automação.

Consultada, a jornalista e storyteller Sabrina Scarpare nos disse que: É natural do ser humano a necessidade de se comunicar, contar histórias, e de manter vínculos com outras pessoas para a nossa sobrevivência. Porém, as relações não são todas iguais. A nossa comunicação não é igual para todos. É preciso ter responsabilidade pelas nossas narrativas e por isso a clareza em nossa comunicação é fundamental para que a mensagem siga de forma efetiva ao receptor. É preciso concentração para escrever um livro, preparar uma palestra, uma aula, um miniconto, melhorar o diálogo com familiares e amigos, expor produtos em uma vitrine ou vender um serviço online. As histórias só terão os seus encantamentos (e envolvimentos) se alguém prestar atenção nelas, afinal o que não nos encanta, não nos interessa. E como encantar a sua audiência? Comece encantando-se a si mesmo. É um bom começo!”.

Portanto, assim como os contos bem narrados nos prendem a atenção e encantam, se fizermos o paralelo com a empregabilidade e o destaque no mercado de trabalho, concluímos que temos que saber contar a nossa história da melhor forma possível, demonstrando nosso talento, convencimento, credibilidade, independentemente do ramo de atuação.

Leiam bons livros, explorem a narrativa pessoal através da técnica, da criatividade e da expressão, contratem especialistas quando necessário e encantem com as histórias nas quais devem ser protagonistas, mostrando os seus propósitos de maneira única e atrativa.

 

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