Desde que era criança, me deliciava com a sopa russa/ucraniana feita ora pela minha saudosa vó, ora feita pela minha mãe. Minha vó fazia um borcht ou borche (outras grafias) maravilhoso, eu me esbaldava na sopa vermelha servida com creme de leite fresco. Minha avó era baiana, mas foi casada com meu avô - um judeu ucraniano - o que fez com que ela, além de dominar com perfeição as delícias da culinária típica da Bahia, também nos brindava com a culinária judaica/russa.

O borsch é uma sopa tradicional do Leste Europeu - Rússia, Ucrânia, Polônia, Romênia etc. - que é preparada com beterraba, que lhe dá uma linda e forte coloração vermelha. Como já dito, o prato que pode ser tomado quente ou frio (mais consumido pelos judeus asquenazitas), é servido com nata (creme de leite fresco) e batatas cozidas para quem desejar.

Depois de um mês ausente, volto a escrever minha coluna neste prestigioso sítio. Depois de longa reflexão, resolvi escrever sobre a tradicional sopa dos países do Leste Europeu, porque percebi que ultimamente é melhor falar de culinária do que de direito.

Minha vó já nos deixou, mas o borsch continua sendo feito com todo carinho pela minha mãe e por tantas outras que estão apegadas a cultura dos nossos ancestrais. Já o direito está indo embora, está sendo enterrado pelo Estado penal. A Constituição se tornou uma obra de ficção.

Hoje paro por aqui, já estou com água na boca.

 

* Para Lu Worms, Tenenbaum, Tofic e Toron

 

Imagem Ilustrativa do Post: Black & White Justice // Foto de: Phil Roeder // Sem alterações

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