Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
vou enviar outra nota. o telégrafo atual é bem eficiente. diferente daquele tempo dos iniciais. o deserto é um convite que sempre fiz. desde o tempo em que ouvíamos the doors. um dia naquele sol eterno funcionava como os lsd’s que nunca tomei. e sempre que procurava um desvio dos dias. das horas que intercalam os dias e tal. acabava chegando até o deserto. lugar que ao invés de ambiente inóspito. é jeito de encontrar vidas. lembro que olhava seus olhos. via o próprio Borges. acho que foi ali que nasceram as notas. telegraficamente aquelas palavras inundavam meus olhos. os seus. os meus. os de Borges. e ainda dizem que nos desertos não brotam. aquela noite confundido pelo vinho adentro. vi sair de seus cabelos as notas dos doors. batemos à porta do céu. os desertos têm o silêncio necessário à criação. bob dylan. no início havia o deserto. invente o que puder. para que a canção não deixe de tocar. telegrafo agora para seu endereço no deserto. o porteiro não atende. irei invadir. derrubando a porta do céu. haja precipícios para o amor.
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