NOTA TELEGRÁFICA 12

19/01/2019

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

creo que en alguno tiempo de mi vida tenga perdidomé ante el caminho. e quando me deparei com os ponteiros dos relógios. uma sensação estrangeira me raptava. uma espécie de canção de Belchior para ser mais preciso. não que lhe escreva de Sobral. posto que desconheço. as muitas moradas que vivi foram sempre me dadas por mãos desconhecidas. como o primeiro contato de Modigliani com os olhos que levaram sua vida para dentro da tela. não há precisamente estórias fantásticas por detrás dos poemas. mire que outra vez falávamos de Belchior enquanto a planície deixava o crepúsculo invadir o espelho. nada de metafísicas. que Platão não nos ouça. risos. haja Grécia para tanto trópico. imagina que no caldeirão da semana de 29. sinto de novo um
Caetano colorir a impossibilidade do gozo alemão. que Hegel e Kant não nos ouçam. não é possível explorar essa fantasia que logo somos sem de alguma forma profanar essa compostura da palavra. e me irão dizer que trapaça e profanação são termos importantes da filosofia de um de França e outro de Itália. como se antes já não fôssemos tupis, guaranis ou qualquer rio que seja. fatalmente me perdi em alguma curva do caminho. que também em alguma medida seria a chance e a salvação de qualquer alma tropical. escrevi milhemas de letras em palavras desconhecidas. estrangeiras. como são distantes os sonhos. aliás. condição para que existam enquanto tal. não gostaria de me encontrar tão distante agora. mas entre a intenção de estar e a fantasia de querer ir.  prefiro a imensa possibilidade de vir a ser. para que mesmo quando não restarem mais ideias. me caiba ainda dentro da canção. a hipótese da imaginação. a mesma que conduziu Bolívar. Che Guevara. Vinicius e Lula. Florbela Espanca e Derrida.  enquanto houver Lisboa me apaixonarei por Pessoa.

 

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura