Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Com um nó na garganta me deparo com um assalto
Já estava angustiada, mas agora minha vida está em perigo
Os assaltantes levam o que há de mais valioso neste momento
Querem a potência do que há de ser
Agarro com minhas mãos sangrando
Na revolta de quem nunca se impôs, lembrei-me de que isso foi ensinado
Os assaltantes retiram de mim as esperanças
Querem aniquilar a minha gente
Ceifar de fome
Servir miséria
Vender as estatais
Superexplorar nossa mão-de-obra
Nos reduzir às engrenagens baratas
Estou na linha de frente, me disseram: refém
Mas não aceito a condição imposta
Não me apequeno diante do império
Somos sangue latino-americano ressonando em uma só voz
Aquela que assume a raridade de não ceder
Nos ensinaram a aceitar e relevar
Mas não aceitaremos
Não mais acataremos comandos de quem nos viola e saqueia
Assaltaram o meu país
Mas quem está no cárcere é quem, junto a mim, sofreu o assalto
Subalternizaram e estigmatizaram a minha gente
Levaram nossas riquezas, intensificaram a exploração
O desemprego só aumenta, porque querem nos intimidar com a prisão
Os assaltantes perigosos não passam fome, não trabalham e nunca o farão
Vivem dos assaltos
Seus comparsas subalternos são genocidas
Seguem bem o plano de execução
Aproveitam da obediência e da falta de consciência
Para destruir o Brasil que poderia – e ainda pode – ser
O assalto me fez chorar a morte do meu povo
Sem comida, sem vacina, sem emprego
Morri junto a cada um que se foi pelo crime impiedoso
Morri muitas vezes
Mas não me permito morrer em definitivo
Não sem lutar
Assumamos as rédeas
Deixemos aflorar em nossas veias a lucidez necessária para enfrentar o assalto
imperialista
Nutramos de teoria crítica, não daquela que nos ensina a obedecer, mas a que nos liberta
para a revolucionária arte de pensar e lutar
Rebelemos!
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