Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
"Deixai os mortos enterrarem seus próprios mortos", disse o profeta ao ensinar mais uma máxima de seu cabedal de lição moral aos discípulos que o seguiam.
Manaus, 21 de abril. Em pleno feriado de Tiradentes, valas coletivas foram abertas para que corpos possam ser depositados. Não houve enterros dignos com pompas e circunstâncias.
E quem deveria cuidar se responsabilizar consente. Exime-se do fato e empurra a responsabilidade, alegando não ser coveiro.
O chefe geral da nação, em um ato de irresponsabilidade, está, aos poucos, enterrando.
Ele enterra sonhos e esperanças com a pá de cal da indiferença, afinal de contas um corpo a menos é um CPF cancelado em meio a tantos que tiveram o mesmo fim nas injustiças dos justiceiros.
O chefe da maior nação da América Latina quer matar e enterrar, matar e enterrar, como em um ato de psicopatia marcado pela frieza de ser indiferentes as vidas mortas na batalha contra a pandemia.
Com isso, sua claque, envergando a vergonha verde e amarela,bate palmas, buzina, grita, urra, xinga...
Enquanto isso vamos enterrando os nossos mortos, chorando em seus túmulos,para que hajam flores de esperança.
Imagem Ilustrativa do Post: Woman // Foto de: Blondinrikard Fröberg // Sem alterações
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