Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
“se uma planta com raízes profundas não cabe num vaso pequeno. Por que esse amor caberia?”.
Família é missão
Nunca omissão
É quem segura com ternura a minha mão
É a música do mar que brota da permissão
Oração
Devoção
perfeito signo de toda e qualquer conexão.
Um destino que ultrapassa qualquer celebração, sangue ou perpetuação.
São cúmplices de Deus que sempre nos acompanham,
são asas quando falta o chão.
Dom da árvore, da palavra
são enunciação.
Um desmedido amor, o corpo, o sagrado,
Meu Ser-Tão!
São amores genuínos registrados singularmente em cada um de nós.
Arroz de palma, solo fértil, Terra, farfalhar de toda iluminação
é debaixo desta sombra de amor que eu cresço, reverdeço e floresço
caule, reflexo, exemplo, imensidão
rastros, herança, legado em aliteração.
Meu quintal maior que o mundo, fonte de toda e qualquer inspiração.
Corporificação que poliniza tantas lições através da literatura de inigualável sensibilidade
é nesse lugar em movimento vivo de Minha Mãe o embrionário e a insurgência de toda a minha compreensão
fecho os meus olhos e retorno ao seu colo:
o meu lar.
Por mero descuido ortográfico, sou abrigada!
Não recebem tão somente o meu obrigado.
Sempre foi no calor da sua voz a me ensinar sobre viver
por contações de “estória”
morada e memória de invenção
sentir pra além em vastidão
realização, porta aberta, cama pronta, floração
fonte perene, espelho de qualquer e toda abnegação.
Família: a palavra que movimenta a existência – pulsão.
Multidão
Canção
Imensidão
vozes, heranças
ímpeto solar que da entonação
tudo que bendigo e que é bendito, conexão!
Sinônimo de superação
de tudo o que somos e temos,
leme que desloca do não controle para a escolha da direção
Quem preenche o imo do coração
o cheiro que conhece tudo sobre a salvação!
São aqueles que te ensinam sobre os valores e “ethos” em toda e qualquer ação
É sobre viver sem encenação, reconhecem as vulnerabilidades, são pura compreensão.
Organismos vivos, que ganham cor, tom e vibração e assim chamamos de:
Pai, mãe, sobrinhos, irmão
Maré, espinho e canção
Dia, sol, luz e pão
Breu, saudade, clarão
Tias, irmã, cunhada, irrestrita imersão.
Alargamento.
São tudo que sou.
Tudo que sei e que talvez me seja oportunizado saber.
São a plena e absoluta gratidão.
Indubitavelmente são o próprio caminho, a travessia
a paz, e a razão de redenção,
Arrebentação!
motivam a minha (r)encarnação
laços que perduram a cada nova geração
mergulho, visceral que ecoa transformação
retira dos olhos o véu das “ignoranças”
nos reconhecemos e assumimos mutuamente.
“Ombro para chorar depois do fim do mundo, que é todo dia da semana”.
É através da constelação familiar que adquirimos capacidade para tomarmos conhecimento e acessarmos dimensões incógnitas de nós mesmos até então,
recusar-nos à ignorância.
É possível identificar os padrões que se repetem incessantemente, de forma cíclica em família desde os nossos ancestrais dos ancestrais de nossos ancestrais.
É assim, e talvez tão somente por isso que percebemos e (re)conhecemos os indesejados e doentios arquétipos que inconsciente e involuntariamente repetimos.
Na maioria das vezes doentiamente.
E eis que afetuosamente se descortina a rachadura, a brecha de ser e fazer diferente.
A consciência assimilada, engajada que movimenta a legítima transform(AÇÃO).
Obrigada Avós e avôs paternos e maternos!
Obrigada Meu Pai!
Obrigada Minha Mãe!
Foi por e através do amor de vocês que eu recebi o dom da vida
e é somente por isso que posso ser quem sou, estar aonde estou e desfrutar de tudo que o meu livre arbítrio me guiou e permitiu até aqui.
Eu os honro e agradeço assim como aos nossos ancestrais.
Obrigada por me proporcionarem ser quem sou e viver exatamente a vida que eu vivo.
Sou grata por pertencer a esta família.
Não gostaria de ter outros pais ou familiares que não vocês.
Identifico e valorizo tudo que vocês sempre me ofertaram como amor e ensinamentos, foi o que de mais significativo eu poderia receber e o que vocês tinham de melhor para me dar.
Obrigada por tanto amor!
Eu os honro!
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