Procurando-se pelas melhores universidades do Planeta (sim, temos 11 listadas entre elas – https://bit.ly/2kvytel), destacadas sobretudo pela robustez da produção acadêmica, sempre se encontrará, dentre as primeiras colocadas nos tantos rankings publicados, o Massachussetts Institute of Technology, conhecido mundialmente como MIT. Se as outorgas de prêmio Nobel indicam relevância em publicação, é de se saber que 78 professores do MIT já foram agraciados com ele. As pesquisas publicadas pelo Instituto têm, pois, credibilidade.
Bem, o laboratório de mídias do MIT esquadrinhou a História, mapeando a produção intelectual registrada, intentando nomear as maiores influências da cultura universal. “O projeto Pantheon coletou e analisou dados do mundo todo de 4.000 a.C. até 2010. Devido à diversidade da área, o projeto estará sempre inacabado. O Pantheon foi construído a partir de dados coletados na Wikipedia e na Freebase e de um livro sobre artistas e cientistas que mais contribuíram para a humanidade de 800 a.C. até 1950” (FSP, 15mar14, editado).
Compulsando-se as páginas do Pantheon (http://pantheon.media.mit.edu/) encontram-se informações bastantes interessantes. Destaco e comento algumas. Entre os 10 principais influentes de todos os tempos, seis são gregos, quer dizer, a solidez do pensamento de filósofos que viveram há cerca de 25 séculos permanece inabalável. Entre os 20 primeiros, há seis italianos, e eles são da antiga Roma ou do Renascimento (que revivia o pensamento da antiga Grécia e da antiga Roma), mostrando o quanto a Tradição Ocidental deve ao helenismo.
Para quem não gosta de filosofia, despreza políticos e desconhece literatura, é relevante saber que entre os 100 mais destacados há 23 políticos, 16 filósofos e 14 escritores, o que indica o grande valor de seus temas. Já para os religiosos, a notícia recomenda humildade, pois Jesus Cristo fica em terceiro lugar, perdendo em importância para Aristóteles e Platão. Aliás, na primeira centena apenas 11 líderes religiosos estão listados, o que relativiza bastante a pretensão de “condutores da verdade” que os crentes supõem ser sua missão.
Quando se analisa o país de nascimento, se sobressaem os Estados Unidos da América. A União Europeia oferece a maior contribuição entre os 10 primeiros, com intelectuais de oito países. O Brasil não faz um papel ruim, ficando na 15ª posição. Pode-se perceber, relativamente à origem das pessoas destacadas, que cinco países concentram mais da metade do total delas, o que explica muita coisa sobre mentalidade, poder, riqueza e influência.
Ao se verificar a contribuição das mulheres, podem-se relevar alguns dados e tirar algumas conclusões, o que faço com certa insegurança, pois não vejo uniformidade nas informações. Na média, contudo, os países que combinam mais liberalismo e menos incidência religiosa no governo têm mais mulheres listadas. Os EUA, por exemplo, apresentam 24,04% de mulheres; a Austrália, 32,09%. Já Cuba exibe 6,67%; os Emirados Árabes, 0,0%.
Relaciono os nomes que compõem a equipe responsável pelo projeto, para que se tenha a devida noção da multiplicidade de nacionalidades que habita o MIT (e as melhores universidades norte-americanas), o que é indicativo da tolerância vigente em ambiente educado, ou, pelo menos, no ambiente educado dessa Universidade: César Hidalgo, Amy Zhao Yu, Kevin Zeng Hu, Ali Almossawi, Shahar Ronen, Deepak Jagdish, Andrew Mao, Defne Gurel, Tiffany Lu.
Pluralidade de nações, de gênero e, seguramente, de mentalidade: três mulheres, seis homens, todos muito jovens, nenhum sobrenome estadunidense típico. Vejo um mundo vário em etnias, sexos e culturas reunido em um centro universitário genial para se estudar e se compreender. Apesar dos desastres causados por atrasos machistas, religiosos e étnicos, há quem esteja fazendo civilização. Em tempos de espantalhos fascistas, compreendi que devia repartir essa notícia.
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