Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Eu acordo muitas vezes,
todas as vezes
é madrugada,
algumas vezes alguém me rouba do sonho o sono
– eu estava sonhando, digo eu comigo –
e o sonho se esvai apressado,
nem lembrança deixa no limbo.
Será normal esse acordar entrecortado
por pesadelos anunciados
– realidades que parecem imprescritíveis –
somando milhares lá fora na terra aberta
entre covas rasas e dores fundas?
Eu acordo tantas vezes,
já não sei como se faz um dormir por inteiro
e sonhar bons tempos de melhores pensamentos,
despertar refeita na cama desfeita,
lençóis macios cheirando lavandas,
montanhas de livros marcado à cabeceira,
e o doce semblante na janela
fitando-me em azuis de um passado recente
que hoje é sépia nessa vida remanescente...
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