Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
No início, a realidade
Era um risco e o que acreditávamos
O precipício, mas adorávamos
Acreditar no que achávamos
Um do outro, eu de mim
E sempre achei que estava certa
Sempre tive amor de mais aqui
Dentro dessa alma deserta.
Um do outro, eu de você
Grande amor da minha vida
Que nunca precisei perguntar
Onde se escondem suas feridas?
Era incrível demais para ser verdade
Você fugia da realidade
Para encontrar-se comigo
No que imaginávamos,
Que hoje é dor colhida
Desse jardim que já foi ferido
Você foi embora como voa um passarinho
Com impulso do barulho do vento.
E eu fiquei esperando
A tua volta, mas nunca volta
Porque quando volta, nunca pousa
Só canta perto de mim.
Não sei se quer que eu também voe
Não sei o que diz, o que quer
Antes parecia que voaríamos juntos
Hoje, você só aparece e sequer
Aproxima de novo
Ou se encontra com o que imaginávamos
Ou me conta o que há de novo
Onde você está agora.
Se o amor de lá é muito ou pouco
O que eu preciso melhorar para que alguém permaneça
O que fazer para também me espantar com o barulho do vento
E ir embora, para que alguém me esqueça
Mas sem ter que se perguntar se erro
Está em seu amor exagerado
Ou em sua incapacidade de doar-se por inteiro.
Sem imaginar o fim.
Hoje, a dor colhida
Desse jardim, novamente, ferido
Transforma-se em poesia.
Mas o barulho do vento, digo:
É mais que música em mim."
Imagem Ilustrativa do Post: Inicios // Foto de: Ulises Moreno // Sem alterações
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