Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Escrevo
Voz baça
Que desenha a apneia de um corpo que valsa na esquecida praça
Sinto vagarosamente que é a sua mão que me enlaça
Me calo, a mentalizar, todo o meu desejo que é que esse pesadelo se desfaça
Num piscar de olhos como poeira estelar a sua imagem esfumaça
Mais uma é essa latente ilusão que me despedaça
Talvez, o universo do que sinto seja somente um grito da minha manifesta pirraça
Teimosia de quem não acha nenhuma graça
em ter que beber dessa taça
Que mesmo que não perceba, e negue, envolve e abraça
Laça, lança, traça!
Estilhaça e amordaça!
Mesmo que eu me refaça
De agora em diante só tenho a certeza da eterna ausência da presença em mim ,
como pertença.
Sinto a cada instante a ameaça, de me ver pela vidraça
Longe da proteção, e da graça,
Completamente órfã do amor que sempre me serviu de couraça.
Imagem Ilustrativa do Post: Spinning // Foto de: Charles Roper // Sem alterações
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/charlesroper/17392617601
Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode