Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Uma vez
alguém me disse
que eu era
um guardador
de velhos papéis.
Não sabia
a pessoa
que a primeira carta
da minha avó
(vinda da Paraíba)
eu sangrava e lia.
O papel era lâmina
e cortou o mindinho.
Perdi aquele papel
e o envelope verde-amarelo
e não me perdoei.
Junto todos os papéis
que hoje podem valer
pela carta que perdi
na infância.
A carta
da minha ancestralidade
pesa imensamente.
Imagem Ilustrativa do Post: Rememoranza de romanticismo // Foto de: Andrea Jara Saavedra // Sem alterações
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