Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
que hoje é domingo,
que amanhã é domingo,
depois, domingo!
Esqueça que um dia tivemos semanas,
que os meses foram estendidos em calendários insanos,
e os anos, um a um,
passantes despercebidos da nossa pressa vertiginosa!
Domingos são dias de soprar esperanças,
faz-se necessária a alegria inundando a casa inteira,
brinca-se de olhar à janela e observar as nuvens,
estende-se a rede na varanda, no quintal, na sacada, ou mesmo na sala,
e se você quiser, é permitido o balanço!
Pode-se dançar aos domingos,
olhar ao espelho, esquecendo as rugas, os brancos, os ranços,
é permitido os olhos no espelho,
como se adentrassem aos olhos do espelho,
até sumir de vista a face,
até adentrar à casa da alma!
Decretem-se todos os domingos felizes,
com um cochilo depois das doze,
pode-se até pedir aos deuses o melhor dos sonhos,
escolhe-se a música,
sente-se o vento, o sopro, as flores,
um café da tarde na imensidão tão bonita!
Faça de conta que hoje é domingo,
que amanhã é domingo,
depois, domingo!
Em todas as noites, sê permitido olhar para a Lua!
Lua crescendo, cheia, minguada, adormecida na Luz bem guardada,
trazendo à tona a nossa esperança:
proíba-se, assim, morrer aos domingos!
Imagem Ilustrativa do Post: Figures of Justice // Foto de: Scott Robinson // Sem alterações
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/clearlyambiguous/2171313087
Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/legalcode