Entrevista do dia: Roberto Victor Pereira Ribeiro

24/08/2017

Dr. Roberto Victor, fale sobre você, como escolheu o Direito e sobre sua trajetória profissional.

Sou pai. Sou professor. Sou um amante da justiça.

Ambicionava na escola ser médico. No 1º ano, do Ensino Médio, devido a má didática de um professor de biologia, acabei olhando com mais carinho pelo Direito. Nesse entremeio, pensei em fazer jornalismo, pois sempre gostei de ler e escrever. Entretanto, por dedicação de minha mãe, que sempre quis fazer Direito e enveredou por outros caminhos, acabei adquirindo livros jurídicos e foi uma paixão arrebatadora. Minha família comenta que sempre, desde pequeno, fui questionador e idealista com as questões humanas e, portanto, o Direito era a trilha que eu precisava para concretizar meus sonhos.

Formei-me novo com 23 anos. Tornei-me advogado e exerci esse munus sacerdotal por 2 (dois) anos. Fui convidado para ser aos 25 (vinte e cinco) anos Assessor de Desembargador no Tribunal de Justiça do Ceará. Devo ter chamado a atenção por já, com tenra idade, ter dois livros e escrever e falar de forma escorreita. Fiquei nessa função por também 2 (dois) anos. Foi quando o Ministério Público me recrutou para ser Assessor Jurídico Especial do Procurador-Geral de Justiça e por lá fiquei 4 (quatro) anos.

Hoje sou advogado parlamentar e parecerista. Ambos não exigem de mim a frequência frenética dos corredores forense. Por isso, posso me dedicar a profissão que eu não poderia deixar de atuar na minha vida: o magistério. Sou professor desde os 26 (vinte e seis) anos. Sou Chefe de Departamento de Direito Processual e Membro do Conselho Superior do Curso de Direito da Faculdade Farias Brito (CE). Ensinar para mim é alcançar o zênite de minha completude como ser humano. Antes de ser chamado de "pai", a palavra mais doce era ser chamado de "professor".

Dentro da trajetória profissional ainda ocupei a função de Juiz-Conselheiro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-CE. Atualmente, sou Diretor da Escola Superior da Advocacia do Estado do Ceará (ESA-CE) e Vice-Presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB-CE.

Tenho 5 livros publicados:

“Voando com os Deuses da História”, escrito quando tinha 21 (vinte e um) anos. Tratado que bosqueja as crenças e os deuses das civilizações antigas.

“O Julgamento de Jesus Cristo sob a luz do Direito”, obra que tenho a honra de dizer que é alvo de estudos por acadêmicos da Universidade de Lisboa, da Universidade de Paris V (Sorbonne) e da Universidade de Buenos Aires (UBA), além de várias faculdades no Brasil. Já recebi vários Dvd\'s com encenações do meu livro em vários cursos de Direito no Brasil.

“O Julgamento de Sócrates sob a luz do Direito”, livro que tive o prazer de ser prefaciado pelo grande jurista brasileiro Ives Gandra da Silva Martins e apresentado pela inolvidável jurista Ada Pellegrini Grinover.

“Questões Relevantes de Direito Penal e Processual Penal”, em parceria com o advogado bandeirante Fernando Gizzi Gentil de Almeida Pedroso e com a colaboração dos 15 melhores juristas da área no Brasil.

“Manual de História do Direito”, obra prefaciada pelo jurista José Renato Nalini e apresentado pelo também jurista Amador Paes de Almeida.

No Brasil, tenho o orgulho de dizer que fiz apresentações para editoras de edições das obras de Rousseau, Piero Calamandrei, Cesare Beccaria, Ferdinand Lassalle, Francesco Carnelutti, Michel Foucault e Leon Duguit.

Pertenço as várias entidades culturais:

Academia Brasileira de Hagiologia

Associação Brasileira de Bibliófilos

Instituto Brasileiro de Direitos Humanos

Instituto Brasileiro de Juristas Cristãos

Academia Cearense de Retórica

Academia Cearense de Cultura

Academia Cearense de Letras Jurídicas (1º Secretário)

Instituto dos Advogados do Ceará (Secretário-Geral)

Academia Cearense de Direito (Presidente)

Mantive durante 4 anos, coluna semanal em jornais de 13 (treze) Estados Brasileiros.

Em 2010, com 25 (vinte e cinco) anos fui considerado o membro mais jovem a ocupar Cadeira em academia cultural no Brasil.

Quais temas são abordados em sua coluna?

Trago para a discussão acadêmica e cotidiana as figuras jurídicas encontradas nas obras de literatura nacional e internacional e nos filmes. Leio os livros e assisto os filmes e neles faço as observações ou demonstro as figuras, as ações, os assuntos jurídicos envolvidos. A coluna, portanto, tem um viés de Direito & Arte.

Quais as motivações e objetivos ao escrever sobre este tema?

Primeiro a de tentar simplificar mais a aproximação da sociedade com o Direito. O jurisdiquês é importante, pois nos confere um ar rebuscado e intelectual, mas, também nos afasta um pouco da população. Esse estreitamento é um objetivo que aprecio e busco muito. Falar de Direito para o povo, para as pessoas em geral. Segundo, para fortalecer e alicerçar os conhecimentos jurídicos para quem já os tem. Essa fórmula de revisar e aprender conceitos jurídicos através de filmes e livros é quase uma terapia lúdica. Ensinar e falar do Direito de forma descomplicada. Quem não gosta de livros e filmes?

De que maneira a temática que você aborda contribui com a área jurídica?

Como já asseverei na pergunta anterior. A abordagem como tento fazer propicia uma maior interação entre o Direito e os cientistas jurídicos, ou operadores do Direito, como se costuma chamar, facilitando o aprendizado e/ou a fixação dos temas jurídicos. Tanto a literatura como as películas cinematográficas são repletas de figuras e temas jurídicos importantes para o manuseio do bom profissional e da população, enquanto cidadã albergada pelo manto da Constituição.

Fale sobre seus projetos atuais.

Estou Presidente da Academia Cearense de Direito, onde estou podendo realizar todos os meus desejos e sonhos. Somos a primeira entidade cultural do Ceará a visitar, mensalmente, as escolas públicas. Em 6 (seis) meses de fundação já visitamos 13 municípios do Ceará, levando cultura, educação, saber, noções de Direito do Trabalho, Direito Ambiental, Direito do Consumidor. Já apresentamos 2 projetos de Leis estaduais e 2 projetos de Leis federais. Temos tido apoio da sociedade e sentimos a confiança que eles depositam na ACED.

Temos 40 acadêmicos efetivos com assentos em Cadeiras. Possuímos sócios-correspondentes em 15 Estados Brasileiros e em 4 países. Entre nossos correspondentes estão: Ives Gandra, Eduardo Arruda Alvim, Alexandre Morais da Rosa, Rômulo Moreira de Andrade, Raul Cervini, Luiz Flávio Borges D\'Urso, Leonardo Carneiro da Cunha, Maria Berenice Dias, Jorge Miranda, J. J. Canotilho, Raúl Zaffaroni, entre outros.

Estou também concluindo os originais do “Julgamento de Joana D\'Arc sob a luz do Direito, encerrando, assim, a Trilogia “Grandes Julgamentos da História” e preparando com o advogado Fernando Gizzi de Almeida Pedroso o “Questões Relevantes de Direito Constitucional”.


Imagem ilustrativa do post disponível em: http://cnews.com.br/frisson/entretenimento/115583/roberto_victor_recebe_a_comenda_afonso_pereira

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