Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Que seria do mundo
Sem a advocacia
Dona Maria
E até Seu Raimundo
Viveriam com frio
Sedentos por justiça
Em areia movediça
A ver navio...
Que seria do mundo
Sem a advocacia
Maior seria a agonia
Coitado do Seu Raimundo
Sem aposentadoria
Filho preso injustamente
Passa noite entra dia
Não há mesmo quem aguente
Que seria do mundo
Sem a advocacia
Oh, querida Maria
De sentimento profundo
Vendo o rebento faminto
Furtou dois pães
No mais lídimo instinto
Presa, apelos vãs
Mas eis que surge o causídico
Humano, de fé e abnegado
Sem cobrar nenhum centavo
Era seu Advogado!
E então fez-se a justiça
Nessa terra de mutretas
Onde rei mama nas tetas
Mas ao pobre, a sarjeta
Para quem quisesse ouvir
Em alto som repetia
Maria em alegria
Passado, Presente, Porvir...
Que o mote desse cordel
Oxalá alcance o céu
Todo santo, santo dia
“Que seria desse mundo
Sem a advocacia!”
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