Jader, fale sobre você, como escolheu o Direito e como foi sua trajetória profissional.
Eu nasci dentro de um escritório de advocacia criminal. Aos seis anos de idade, vendo um júri em que atuava meu pai, tive a nítida impressão de que eu queria fazer "aquilo ali". É muito presente a ideia que eu tive: "EU QUERO FAZER ISSO". Entrei para a Faculdade de Direito com 17 anhos e saí com 22, sendo que fiz meu primeiro júri no segundo mês depois da formatura. Desde então, e lá se vão vinte anos, venho trabalhando exclusivamente com direito criminal, tendo cursado a pós-graduação e o mestrado em ciências criminais na PUCRS (Porto Alegre/RS) e o doutorado na Unisinos (São Leopoldo/RS). Venho exercendo a docência desde 1998, nas disciplinas de direito penal e processo penal. Atualmente, atuo apenas como palestrante em cursos de pós-graduação e na Escola da AJURIS (Porto Alegre/RS).
Quais temas serão abordados em sua coluna?
Serão abordados temas relacionados à advocacia criminal, passando pelo direito penal, processo penal e alterações legislativas.
Quais as motivações e objetivos ao escrever sobre este tema?
Escrever sobre o exercício da advocacia criminal em tempos atuais é falar da defesa do estado democrático de direito, da defesa de um processo penal de garantias, enfim, da defesa do direito de defesa. Mais do que isso, cumpre resgatar um dívida histórica da sociedade brasileira com a advocacia criminal, que foi ativa, vigilante, aguerrida, especialmente, nos anos de chumbo da ditadura militar, mas que se vê enxovalhada, ridicularizada, submetida ao julgamento do senso comum midiatizado, segundo o qual, o advogado trabalha para atrapalhar a aplicação da justiça, para gerar atrasos processuais e promover a impunidade. O advogado é indispensável à administração da justiça.
Como surgiu a ideia de escrever esta coluna no Empório?
A partir do convite do professor Alexandre Morais da Rosa, tomamos a decisão de escrever sobre esse tema que nos fascina e que tem ocupado nossos dias, desde a criança observadora dos passos do pai até o jovem universitário, chegando ao profissional que caminha para a maturidade. Ao contrário do que muitos pensam, a advocacia deve ser ensinada, ou seja, não se nasce sabendo advogar como apregoam alguns românticos. É fundamental discutir as mazelas, as dificuldades, as questões do cotidiano da advocacia criminal para que os mais jovens tenham acesso a esses temas e os mais experientes possam ampliar a discussão.
Quais suas expectativas de fazer parte do time de colunistas do Empório do Direito?
Fazer parte do time do Empório é uma grande honra e espero poder fazer o que meus colegas fazem de melhor: gerar dúvidas, angústias, reflexão, em busca das novas e indispensáveis perguntas que nos movam na direção das respostas diferentes, ainda não pensadas. É uma alegria estar aqui.