ALIENAÇÃO E INSENSIBILIDADE

15/09/2021

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Podemos acostumar com o sofrimento de forma tão anestesiada e indiferente?

Vivemos um período turbulento, é claro, mas não nos enxergo fortes por atravessá-lo

Eu vejo a insensibilidade automática, de quem não tem mais com o que se surpreender ou comover

Percebo a naturalização da dor como uma defesa robotizada

Perdemos a capacidade de sentir o sofrimento tal como ele se estabelece em nossa sociedade

As dores do mundo são potentes chamas revolucionárias, que podem conduzir a uma transformação, se dela decorre a indignação

Não há mudança em um cenário de desafetação

A barbárie ganha ainda mais força quando o terreno é semeado de imparcialidade conivente

Quando o discurso apaziguador envereda para minimização da realidade, o perigo se potencializa

Entorpecidos pela realidade virtual, vivemos como se o caos não fosse real

Massacre, chacina, fome, miséria, mais de 400 mil mortos pela COVID-19, inflação, sucateamento dos serviços públicos, recrudescimento penal, desemprego

Se nada é capaz de nos enfurecer, o que resta sentir?

A crise toma conta quando nos tornamos zumbis

Estamos fadados ao torpor alienado?

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

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