Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Podemos acostumar com o sofrimento de forma tão anestesiada e indiferente?
Vivemos um período turbulento, é claro, mas não nos enxergo fortes por atravessá-lo
Eu vejo a insensibilidade automática, de quem não tem mais com o que se surpreender ou comover
Percebo a naturalização da dor como uma defesa robotizada
Perdemos a capacidade de sentir o sofrimento tal como ele se estabelece em nossa sociedade
As dores do mundo são potentes chamas revolucionárias, que podem conduzir a uma transformação, se dela decorre a indignação
Não há mudança em um cenário de desafetação
A barbárie ganha ainda mais força quando o terreno é semeado de imparcialidade conivente
Quando o discurso apaziguador envereda para minimização da realidade, o perigo se potencializa
Entorpecidos pela realidade virtual, vivemos como se o caos não fosse real
Massacre, chacina, fome, miséria, mais de 400 mil mortos pela COVID-19, inflação, sucateamento dos serviços públicos, recrudescimento penal, desemprego
Se nada é capaz de nos enfurecer, o que resta sentir?
A crise toma conta quando nos tornamos zumbis
Estamos fadados ao torpor alienado?
Imagem Ilustrativa do Post: boy in brown long sleeve shirt and brown shorts standing on black floor photo – Free Kids Image on Unsplash // Foto de: Guillaume de Germain // Sem alterações
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