A sombra na escada

08/07/2018

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

A sombra me segue na escada...

Nela estou nua e desnuda,

Me contorcendo em variações de luz das (in)certezas de cada passo;

A Sombra que me reflete o caminho também demarca os degraus;

Atrela as distâncias que confundem partidas e chegadas.

A (im)mutável sombra envolve e seduz a retorcida escada, despertando em mim desejos, desafios e medos.

A sombra me segue na escada degrau por degrau...subida e descida...luz e escuridão;

Ela dança em mim como a chama;

Toca-me com as mãos que deslizam pelo corrimão;

Dedilha meus contornos como a me desvendar.

A sombra que me segue na escada...

Finge seguir destino certo e nas suas formas me perco entre o que ficou e o que sou.

Na sombra que me segue na escada não há luz ou escuridão. Não há definição.

Mas, a sombra que tanto envolve a escada se perde nos seus caracóis de degraus iluminados, nas suas curvas inesperadas, nas voltas necessárias e nos seus inevitáveis contornos.

No mistério sensual do movimento do caracol, a escada se faz a cada degrau e, na nudez, me (re)veste de novos cominhos.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Escadaria // Foto de: Eli Kazuyuki Hayasaka // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/eli_k_hayasaka/8204361316

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