A educação como valor

18/05/2017

Por Valdemar Habitzreuter e Wellington Lima Amorim – 18/05/2017

É um fato corrente que a Educação e a Cultura atual, necessitam de um novo impulso, a fim de propiciar aos cidadãos em geral uma formação adequada às expectativas trazidas pelo novo milênio. Atualmente, na maioria das vezes, desconhecem o propósito de sua própria Educação que recebem tanto nos educandários públicos como nos particulares. Desta forma, estudar se torna uma obrigação nem sempre agradável. Forçados a concluir a Educação básica, por força de lei, acabam perdendo o sentido do que, por que, e para que serve o conhecimento que recebem na escola.

É importante, que os educadores desenvolvam uma nova visão de Educação, um novo olhar sobre o presente bem como o futuro da Educação brasileira, ressaltando os valores sociais, humanos, educativos e interpessoais. O regionalismo que nos dá a contextualização da realidade deve estar combinado com a mundialização dos meios de comunicação, da interculturalidade, dos valores humanos e educativos. Logo, é preciso apresentar uma nova visão de Educação, mostrando novos caminhos de integração e superação da fragmentação do conhecimento, por meio da reflexão e da prática, ou melhor, uma Educação que tenha por base os princípios de interdisciplinaridade, singularidade, complexidade, ecoformação, cooperação e inclusão social.

De fato, a interdisciplinaridade possibilita um olhar interativo e dialógico sobre a realidade que cerca o educando. Ela chega a manifestar-se de múltiplas formas e em diferentes níveis, com base na capacidade compreensiva e na intencionalidade do observador.  Não existe Educação sem consciência e sem escala de valor. Essa nova maneira de trabalhar a formação educativa nos ajuda a integrar as áreas do conhecimento em um paradigma educativo humanista, social e ecológico, na busca de um novo modelo de desenvolvimento humano em sua vertente social, pessoal, relacional e vital. De fato, precisamos de uma formação com base nos valores humanos, no desenvolvimento da consciência, na criação de redes e campos de aprendizagem.

Esta revitalização dar-se-á através da promoção de diversos projetos de extensão universitária, proporcionando a sociedade civil um programa de ensino elevado, com oportunidades e recursos para os alunos do Ensino Fundamental, Médio e Superior. Este é que deve ser o compromisso primevo do docente, é uma forma de pensar os problemas sociais que afligem a sociedade, principalmente na Educação, estabelecendo alguns princípios norteadores da ação educativa.

Assim, é necessário promover oportunidades e uma Educação de alto nível que desperte o desejo de aprender, dedicando apoio incondicional aos cidadãos,  descortinando para a sociedade civil um futuro com alternativas positivas que ofereça oportunidades de ensino e aprendizagem que conduzam ao êxito, estabelecendo estratégias didáticas que promovam o desenvolvimento da mente, do corpo e da alma, a autoestima, o senso de liderança e os valores humanos como fundamentos para uma vida digna e de sucesso, e por fim, conscientizando o educando de que o serviço comunitário é gratificante e uma necessidade atual. Mas qual o principal obstáculo para que este projeto não se efetive?

Não resta dúvida, que as universidades brasileiras têm muito a desejar no quesito de uma Educação de qualidade; não alcançam as comunidades externas; são casulos fechados em si mesmos onde a produção cultural fica armazenada sem que o grande público tenha acesso e possa desfrutar de suas benesses. O que se verifica é a prevalência da pesquisa acadêmica enaltecendo os pesquisadores sem que estes transponham os muros da Universidade e transfiram os resultados de suas pesquisas à comunidade; atêm-se a uma vaidade intelectual que cultivam entre seus pares, e restrito ao círculo universitário. Ao invés de ser um celeiro de ideias e projetos para promover o bem-estar comunitário, é um solipsismo acadêmico: o que importa aos educadores universitários é a projeção pessoal dentro da comunidade acadêmica.

Ademais, verificou-se nas duas últimas décadas um movimento ideológico na Educação não, propriamente, para despertar o interesse dos educandos a iniciativas com perspectivas progressistas do seu entorno, mas enredá-los com investidas sorrateiras de gramscismo para implementar um regime de poder governamental não condizente com a realidade brasileira. Isto é, a Educação não preparava o educando para a vida prática e ser útil à comunidade; ao invés disso, era munido, às ocultas, de ideias que futuramente sustentariam pessoas no governo que pudessem manipular sua vontade a troco de garantias sociais que dificilmente seriam satisfeitas.

Infelizmente, esta ainda é, em grande parte, a tônica nas Universidades Federais, beneficiadas que foram, nestas últimas décadas, com vultosas verbas dos últimos governos que, justamente, tinham este programa; gestou-se intramuros um plano de desestabilização da sociedade tendo base o ressentimento entre classes, raças ou credos, e a tentativa de introduzir um socialismo moreno, sem dúvida, lançaria as pessoas na inércia, sem vontade empreendedora. Como foi dito acima, é necessário revitalizar nossa Educação em todos os níveis e que as Universidades não sejam ilhas flutuantes sem conexão com a comunidade externa, mas forneçam capital humano para incrementar o desenvolvimento da sociedade.


Valdemar Habitzreuter. . Valdemar Habitzreuter é Msc. em Filosofia – Universidade Federal de Santa Catarina. . . .


Wellington Lima Amorim. . Wellington Lima Amorim é Professor Doutor em Ciências Humanas – Universidade Federal do Maranhão. . .


Imagem Ilustrativa do Post: Panel 1a: Disability and Filmmaking: Industry Perspectives // Foto de: Catherine Oakley // Sem alterações

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O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.


 

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