A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO

10/11/2023

Coluna O Direito e a Sociedade de Consumo / Coordenador Marcos Catalan

A constitucionalização desempenha um papel fundamental na expansão dos direitos civis para abranger uma gama mais ampla de valores e necessidades sociais, observa-se historicamente que há constantes evoluções tanto no aspecto jurídico, quanto social, de modo ser aspectos complexos, modificando cada cenário existente e promissor.

Todo o processo da constitucionalização, implica em uma influência crescente das normas e princípios constitucionais sobre o Direito Civil, alterando a forma como as relações privadas são regulamentadas e assegurando uma maior consonância com os valores e garantias estabelecidas nas constituições nacionais.

As origens das aparências podem ser rastreadas até a pós-Segunda Guerra Mundial, quando os direitos fundamentais e a dignidade humana assumem um papel central nas constituições de muitos países, especialmente na Europa. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e os tratados internacionais subsequentes também influenciaram a incorporação de princípios constitucionais nos sistemas de direito civil.

Nesse sentindo, importante fundamentar em síntese os principais aspectos da constitucionalização do Direito Civil, como a interpretação conforme a Constituição, sendo um dos aspectos mais visíveis da Constitucionalização é a interpretação das normas civis à luz dos princípios constitucionais. Implicando no sentido de como os tribunais ‘’devem’’ interpretar as leis civis de maneira a garantir a conformidade com os direitos fundamentais estabelecidos na Constituição.

No mesmo sentido, podemos entender o sentido da Ampliação dos Direitos Civis, como a Constituição pode ser emendada para refletir e garantir novos direitos civis à medida que a sociedade evolua. Isso pode incluir direitos relacionados a questões como orientação sexual, identidade de gênero e proteção ambiental, entre demais outros.

Linearmente, a proteção da dignidade da pessoa humana, como a constituição estabelece frequentemente um padrão mínimo de tratamento que deve ser assegurado a todos os cidadãos, independentemente de sua condição. Isso influencia as normas civis relacionadas a contratos, propriedade, responsabilidade civil e direito de família, garantindo que essas normas respeitem os princípios constitucionais, especialmente a dignidade da pessoa humana.

Portanto, podemos identificar alguns desafios da Constitucionalização do Direito Civil, como o Conflitos entre Normas, os quais muitas as vezes, surgem conflitos entre os princípios constitucionais e as normas civis tradicionais. Lidar com esses conflitos requer equilíbrio, garantindo que os valores constitucionais sejam respeitados sem comprometer a estabilidade do sistema jurídico.

Como também a Adaptação Contínua, de modo que a sociedade está em constante evolução, e os valores e necessidades também mudam ao longo do tempo. Portanto, a Constitucionalização do Direito Civil exige uma adaptação contínua das leis civis para refletir essas mudanças, a fim de manter a relevância e a eficácia do sistema legal.

Importante salientar que também há diversos desafios práticos, visto Implementar a Constitucionalização do Direito Civil na prática pode ser complexo. Requer uma compreensão profunda das jurisdições constitucionais e a capacidade de aplicação consistente nas decisões judiciais.

Em conclusão, a Constitucionalização do Direito Civil é uma evolução fundamental na revisão moderna, a qual reflete a importância crescente dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana nas relações civis e na constante adaptação do sistema jurídico às mudanças sociais. Embora apresente desafios, essa interação entre o Direito Civil e a Constituição contribui para uma maior proteção dos direitos individuais e a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

Imagem Ilustrativa do Post: sem nome // Foto de: CopperScaleDragon // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/copperscaledragon/26749818602

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura