Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
O que fazer quando não consigo tirar da minha cabeça o toque suave dos seus cabelos no meu rosto?
Quem é que ilumina o meu sorriso quando tudo está cinza?
O café não exala o aroma e o girassol não reluz.
Diga-me como dormir se o meu corpo não encontra o seu na cama macia que restou o seu cheiro impregnado.
As memórias ficam espalhadas pelo ar e as lembranças guardadas na pele.
A distância impede que eu sinta o hálito quente da sua presença e que desbrave os caminhos guiados pelas poucas e pequenas pintas espalhadas pela sua pele.
A saudade faz lembrar da sensação inebriante ao te encontrar.
Do abraço apertado carregado de euforia.
Das trocas de olhares silenciosas e seguidas de sorrisos que transbordam pureza, naqueles instantes em que nada mais importa.
Mesmo assim, levanto e sigo em frente, pois sinto a sua essência, a sua força e o seu encorajamento.
Você está aqui, dentro e fora de mim.
E o mundo? Ah, o mundo vai recuperando as cores, lentamente.
O sol volta a brilhar, para lembrar da cor dos seus cabelos.
O vento sopra minha face entregando os beijos esquecidos.
E eu te encontro num poema de Mário Benedetti.
Você chega hoje, por isso o céu da tarde está tão celeste.
Os pássaros estão em festa e o ipê amarelo destaca a beleza da vida, para combinar com a sua vinda.
E a saudade? Ela volta, mas você permanece.
Imagem Ilustrativa do Post: Waiting // Foto de: quiddle. // Sem alterações
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