Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Laura sai de casa com pressa. Percebe que o seu molho de chaves devidamente organizado não está no porta-chaves fixado na parede do corredor lateral. A sua chave da porta principal era de outra cor e facilmente identificável.
Outro molho de chaves está à vista, aquele que o seu marido usa para todas as chaves que possui: de todos os cômodos da casa, algumas de gavetas e cofres pessoais e outras do escritório, todas misturadas e muito parecidas. Ali, talvez, possa encontrar a chave da porta de entrada da casa. Certamente na correria, João Carlos, levou a sua chave, pensa Laura.
Começa a testar uma por uma, mas todas que testa não é a chave certa. Fica desesperada, pois pode se atrasar. As mãos começam a tremer e Laura tem dificuldade em acertar o buraco da fechadura. Já não sabe mais quais chaves testou e quais ainda restam por testar.
Olha para o relógio. Ela está cinco minutos atrasada e o seu compromisso é muito importante, uma entrevista para o tão almejado emprego, que demorou tanto a conseguir. Pensa em mandar mensagem, mas o que diria? Que não consegue encontrar a chave de sua própria casa? Que tipo de pessoa não encontra as chaves de casa ao sair para a entrevista do emprego que tanto quer? É assombrada por uma série de pensamentos perturbadores. E começa novamente as testar as chaves, ainda mais nervosa, a respiração ofegante.
Então, Laura resolve parar por um momento. Tenta se acalmar e respirar profundamente. Reflete e decide pegar o celular que está dentro de sua bolsa e percebe que não seria absurdo explicar-se ao entrevistador, pensando que ele iria entender. Também poderia chamar um chaveiro. Abre a bolsa e a surpresa! O seu molho de chaves está lá. Respira aliviada. Abre a porta com a chave certa e dirige-se à empresa na qual será entrevistada. Em resposta à mensagem, a secretária do empresário responde que o chefe também está atrasado e que não tem problema Laura atrasar uns minutinhos. Naquele dia, Laura foi contratada.
Este pequeno conto nos traz a reflexão de que, não adianta insistir em abrir uma porta ou cadeado, se não tiver a chave correta. Será perda de tempo, desgaste emocional. Da mesma forma, demonstra que o desespero engessa, paralisa. Pensamentos negativos começam a sabotar a mente nestas ocasiões. É momento de dar um choque de lucidez. Procurar resolver o problema com calma e responsabilidade. A sinceridade abre muitas portas.
Como diz o psiquiatra e escritor Augusto Cury: “toda mente é um cofre. Não há mentes impenetráveis, apenas chaves erradas”. Qual será a chave que dará acesso aos seus arquivos saudáveis, permitindo a reedição dos arquivos danificados? Pense sobre isso, você deve ser o gestor de seus negócios e também de suas emoções.
Nos momentos de tensão, se não aprendermos a gerir as nossas emoções, tomaremos decisões precipitadas que podem nos prejudicar.
Laura, após se acalmar, resolveu enviar uma mensagem explicando-se, enquanto tentava encontrar a chave ou chamar um chaveiro. A partir do momento em que respirou profundamente e aquietou a sua mente, acabou encontrando a chave que tanto procurava. E, ao contrário do que diziam os seus pensamentos perturbadores, chegou até o local da entrevista e felizmente foi contratada.
Não desista de seus sonhos no primeiro obstáculo que aparecer. Insista. Persista. Assim, encontrará a chave certa!
Imagem Ilustrativa do Post: Silver Key // Foto de: Amol Tyagi // Sem alterações
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