Tradução brasileira de “Crime de colarinho branco”, escrito por Edwin Hardin Sutherland, revela o crime dos poderosos

18/06/2015

Publicado pela primeira vez no Brasil pela Editora Revan, a obra que balançou a estrutura de empresas norte-americanas na década de 1940 mostra a impunidade presente nos crimes praticados por grandes empresários.

Lançado em 1949, o famoso livro “Crime de colarinho branco”, escrito por Edwin Hardin Sutherland, foi uma verdadeira revelação na época, pois congregava dados recolhidos ao longo de 17 anos sobre as práticas criminosas realizadas por 70 das maiores empresas norte-americanas. Censurado antes da sua primeira publicação, a obra é agora publicada pela primeira vez em no Brasil pela Editora Revan, numa versão sem cortes, que expõe a identidade de todas as empresas envolvidas com crimes que ultrapassam a natureza econômica.

Nascido em 1883, Sutherland despertou seu interesse pela área da Criminologia alguns anos após o início de sua carreira acadêmica, motivado pela vontade de explicar os processos de formação delinquente. Foi nesse período, que o escritor começou a traçar o rumo da sua pesquisa, voltada principalmente para a criminalidade das classes poderosas.

O resultado de seu trabalho com “Crime de colarinho branco” não só chocou a sociedade, devido à gravidade dos dados, como também trouxe várias contribuições para o campo criminológico, permitindo que surgissem maiores debates acerca das causas da criminalidade e também o desenvolvimento de teorias mais elaboradas a respeito da conduta criminosa.

Decorridos mais de 60 anos desde a sua primeira publicação, a Editora Revan traz uma edição de 2015, oferecendo ao seu público-leitor o texto em português traduzido da obra original, resgatada pela Yale University Press, em 1983, que continha a identidade de todas as empresas denunciadas por Edwin Sutherland. Na época, o material, que comprovava o volume e o estilo da criminalidade de colarinho branco nos Estados Unidos, precisou ser editado, censurando os nomes das empresas denunciadas, a fim de evitar problemas.

O legado do autor

Segundo os autores da apresentação da reedição norte-americana de 1983, foram três as contribuições de Sutherland para o estudo da Criminologia: a ajuda na elaboração do conceito de crime de colarinho branco a partir das novas descobertas; a atração da atenção de estudiosos para investigar essa nova área de pesquisa; e a promoção de discussões sobre os motivos que levaram essas empresas a cometerem os crimes.

Para Clécio Lemos, tradutor do livro, a popularidade da expressão “crime de colarinho branco” representa uma significativa contribuição em caráter social, já que ela propõe uma percepção atenta sobre as práticas ilegais realizadas por empresários poderosos.

“As descobertas advindas de seus estudos sobre crimes de colarinho branco foram o toque final na produção de sua teoria da conduta criminosa, que pretendia explicar os motivos da adesão a todo e qualquer tipo de crime. Por isso, investigar o criminoso de alto status social proporcionou um giro necessário nas pesquisas tradicionais, que estavam restritas aos crimes praticados por pessoas da classe socioeconômica mais desfavorecida.”, explicita.

 Capa Crime de colarinho branco_02

FICHA TÉCNICA

Autor(es): EDWIN H. SUTHERLAND

Tradutor(es): CLÉCIO LEMOS

Colaborador(es): JÚLIA BRAGATTO E HÉLIO PEIXOTO JÚNIOR

ISBN: 978 85 7106 529 – 1

Idioma: Português

Edição: 1ª. Edição

Encadernação: brochura

Número de Páginas: 416

Ano de Edição: 2015

Formato: 21 X 14

Preço: R$66


Imagem Ilustrativa do Post: Concentrating my energy // Foto de: El Alvi // Sem alterações Disponível em: https://www.flickr.com/photos/alvi2047/3935809539/ Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
 

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