Polícia Federal investiga fraude em 42 concursos públicos

15/12/2015

Por Redação - 15/12/2015

A Polícia Federal investiga uma organização criminosa que pode ter fraudado 42 concursos públicos, promovidos pela Fundação Carlos Chagas, para acesso a 64 cargos efetivos para preenchimento de vagas em Tribunais, Assembleias Legislativas e autarquias.

A organização, liderada por um técnico judiciário de Rondônia, inscrevia agentes “pilotos” nos certames, os quais permaneciam na prova somente durante o período mínimo de permanência e saíam com parte do caderno de questões. Os candidatos pilotos recebiam, em média, R$ 5 mil reais por concurso. Em seguida entregavam a prova a outros integrantes da organização, que respondiam as questões com o auxílio de doutrina e da internet e imediatamente repassavam as respostas aos candidatos que permaneciam nas salas por meio de um ponto eletrônico.

O ponto utilizado era em tamanho bastante reduzido – cabia na ponta do dedo indicador – e só podia ser retirado da orelha do candidato com o auxílio de um íma.

A Polícia Federal solicitou uma auditoria à Fundação Carlos Chagas o mais breve possível com o intuito de comparar as provas discursivas de todos os candidatos aprovados e identificar fraudadores e beneficiários do esquema criminoso, de modo a impedir nomeações de aprovados ilicitamente e anular atos de posse.

A investigação apontou fraudes em concursos realizados para preenchimento de vagas em todos os cinco Tribunais Regionais Federais, em 14 Tribunais Regionais do Trabalho e em 11 Tribunais Regionais Eleitorais, para os cargos de agente legislativo, escriturário, técnico do seguro social, técnico ministerial-administrativo, técnico judiciário-administrativo, analista judiciário, segurança e transporte e avaliador federal.

"Há vários concursos que, comprovadamente, foram fraudados, e os candidatos habilitados com a ajuda da organização criminosa continuam recebendo salários e desempenhando suas funções sem que tenham qualificação para tanto", alerta o delegado da Polícia Federal Victor Hugo Alves Ferreira, responsável pelo inquérito da Operação Afronta.

Os concursos desprovidos de prova discursiva promovidos pela Fundação Carlos Chagas também passarão por auditoria por meio do Sistema de Prospecção e Análises de Desvios em Exames (SPADE) da Polícia Federal, utilizado para investigar fraudes em outros certames.


Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/12/11/fraude-concurso-publico_n_8780924.html?utm_hp_ref=brazil

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