Por Redação – 16/12/2016
O autor do livro “Escudo de Vidro”, Fernando de Castro Faria, concedeu entrevista ao Empório do Direito para falar sobre a obra. Confira:
Qual a proposta do livro “Escudo de Vidro”, publicado recentemente pela Editora Empório do Direito?Trata-se de um romance no qual são retratadas as histórias de um juiz e de um advogado, pai e filho, em meio a um caso que abala os dois. É uma obra de ficção, mas, em algumas passagens, a origem foi em algo que vi nesses quase vinte anos em que atuo na área jurídica (quatro como advogado e quinze como magistrado). Mas o livro não fica apenas nesses casos e na trama principal, há um pouco sobre o cotidiano, política, lugares, música e outras artes.
Qual a motivação para escrever sobre esse tema?
Depois de um livro na área jurídica, pensei em escrever um romance. É bem diferente, não há compromisso com a técnica e a liberdade para criar é total. Eu queria deixar algo que pudesse lembrar mais adiante, um pouco das coisas que vivenciei ou que simplesmente imaginei. Na breve introdução que fiz na obra, mencionei que eu havia me transformado em amigo dos personagens. Cada vez que ia escrever eu perguntava: vamos lá, o que vocês têm a me dizer hoje? Essa experiência é fantástica e, como tenho dito, acho que todos nós temos alguns livros para escrever durante a vida.
O livro é destinado a qual público?
Não há um público específico, idade ou profissão. Todos podem ler. Para os que não são da área jurídica, a leitura pode auxiliar na compreensão dos dramas pelos quais passam, muitas vezes, os profissionais do mundo jurídico, repleto de tragédias que afetam diretamente a vida das pessoas.
Não é um livro sobre Direito, então?
Não, em absoluto. É um romance que tem alguns casos como pano de fundo, mas sem a linguagem própria do Direito.
Alguma passagem que gosta e quer destacar?
Sim, gosto de muitas, mas reconheço que sou suspeito para falar (risos). Há uma logo no início, quando o Waldorf, personagem principal, visita a escultura Alma Mater, em frente à biblioteca da Universidade de Columbia, em Nova York:
"Ficou admirado com a beleza do monumento, uma mulher que usava uma coroa de louros e estava sentada em um sublime trono. Os antebraços abertos e erguidos, com a mão direita segurando um cetro, o bastão utilizado por monarcas. Um denso livro que descansava sobre suas pernas representava o conhecimento; uma coruja bem escondida sob as dobras do manto que cobria a mulher, próxima à perna esquerda, era o sinal de sabedoria.
Alma mater: conhecimento e sabedoria. Waldorf pensou em como aquele monumento bem representava uma filosofia de vida. De nada adiantaria ter o conhecimento se a ele não pudesse ser agregada a sabedoria. Mas, como advertiu o escultor, a sabedoria não estava disponível aos olhos de todos..."
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