Delação premiada garante a liberdade do doleiro Alberto Youssef, principal articular do esquema da Petrobrás, condenado a mais de 121 anos de prisão

18/11/2016

Por Redação- 18/11/2016

O doleiro Alberto Youssef, que responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, preso na primeira etapa da Lava Jato, em 17 de março de 2014, e foi um dos primeiros a optar pela colaboração premiada, deixou a prisão  para cumprir a pena em regime domiciliar na quinta-feira (17).

Ele já foi condenado em nove processos por penas que chegam a 121 anos e 11 meses de prisão. Contudo, em razão do acordo de delação premiada não poderá cumprir a pena em regime fechado.

Na data de ontem, após o decurso do prazo de dois anos e oito meses da prisão, Youssef aguardará os quatro meses restantes em domicílio após uma nova versão do acordo de delação que foi revista e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesses quatro meses, o doleiro será monitorado por tornozeleira eletrônica por determinação do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Moro considera que não será necessária escolta para garantir que o doleiro permaneça em casa, pois ele estará usando o equipamento eletrônico.

O juiz Sergio Moro mencionou que “Considerando que Alberto Youssef já terá cumprido a maior parte da pena fixada em regime fechado, parece improvável que intente fuga nos quatro meses remanescentes em prisão domiliciar. Além disso, há custos com escolta que dificultariam a sua realização”.

Youssef também foi autorizado a ter um celular à disposição, para usar em caso de emergência e para falar com pessoas liberadas para visita-lo (advogados, familiares, filha e esposa) e só poderá receber essas pessoas entre 8h e 12h.

O juiz também autorizou a saída de Youssef do apartamento confortável localizado em frente ao parque do Ibirapuera em São Paulo,  para ir até a academia do condomínio e realizar sessões de fisioterapia.

No acordo de delação consta que, após o cumprimento dos três anos de prisão (dois anos e oito meses na cadeia e quatro meses em casa), Youssef seja transferido imediatamente para o regime aberto, ou seja, estará livre para ir e vir aonde quiser. A única restrição é que ele fica impedido de cometer novos crimes num prazo de 10 anos, sob o risco de ter que responder integralmente aos processos que foram abertos contra ele.

No caso de Youssef as penas que somadas poderiam ficar em 122 anos somadas, deveria cumprir, de acordo com a legislação brasileira, o  máximo 30 anos de cadeia ( em regime fechado), mas  em razão do acordo de delação, foi beneficiado e passará a cumprir  10% da pena.

Para a defesa, a colaboração de Alberto Youssef foi a mais importante entre as mais de 70 firmadas no âmbito da Lava Jato e Youssef é uma das principais peças do esquema de corrupção da Petrobras.

 
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