Por Redação - 18/12/2015
No dia 09 de dezembro, a rádio Coração, de Santiago/Chile recebeu uma surpreendente ligação: um ex-militar ligou para o programa El Chacotero Sentimental a fim de falar sobre um romance pretérito com uma italiana e, na sequência, começou a confessar detalhadamente os crimes cometidos por ele durante a ditadura militar chilena (1973-1990).
Utilizando o nome falso “Alberto”, o ex-militar contou ao apresentador Roberto Artiagoitía que integrou um pelotão especial no qual exercia a função de franco-atirador. "Levávamos vários desses sujeitos ao pampa (do norte do país) e metíamos uma bala na cabeça deles, dinamitávamos e 'paf', não sobrava nem a sombra", afirmou ele ao justificar que os desaparecidos na ditadura não foram localizados em virtude de seus corpos estarem totalmente desintegrados.
Também falou a respeito do começo de sua atuação nos crimes da ditadura: "Chorei na primeira vez, mas o tenente dizia: 'Bom soldado, bom soldado, soldado valente'. Logo, 'pum, pum' outra vez. Na segunda vez eu gostei, curti, era melhor que maconha". Afirmou, ainda, que não merece punição pelas mortes por ele provocadas, pois teria sido obrigado a cometê-las, sob pena de ser morto pelos demais militares.
O apresentador, em entrevista ao jornal Las Últimas Noticias, considerou o relato do ex-militar "arrepiante e de muita frieza".
Dois dias depois, a polícia chilena localizou e prendeu "Alberto", um taxista de 62 anos morador de Valparaíso/Chile. O ex-militar foi interrogado pelo juiz na presença de um advogado e teve sua prisão domiciliar decretada.
Informações do site da BBC.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151214_confissao_chile_tg
Imagem Ilustrativa do Post: Bandera Chilena Esc. Militar // Foto de: Julio Pinar // Sem alterações Disponível em: https://www.flickr.com/photos/juliopfe/1348029154/ Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode