APRENDIZAGEM

11/10/2023

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Tenho aprendido diariamente a importância das pequenas transgressões em minha existência. Após um profundo mergulho na obra “A Alma Imoral”, quase posso afirmar que renasci. Pois que o lugar de jurgar menos e tentar corresponder menos às expectativas alheias é muito caro para mim, que sempre busquei desesperadamente a aceitação e o amor dos que me rodeiam – principalmente meu pai e minha mãe – na tentativa de sentir-me pertencendo, conseguir me ver fazendo parte e “encaixada” em algo.

Na verdade, eu meio que sempre me senti um “patinho feio”, esse é, de fato, o conto mais importante em minha existência. Nasci em uma família composta por pessoas práticas, disciplinadas, assertivas e ansiosas. Quanto ao aspecto da ansiedade, herdei sim, totalmente! Mas, no mais, eu, um ser artístico, extremamente sensível, demasiadamente subjetiva e intensa, ficava me perguntando “o que há de errado em mim?”.

Haveria de ocorrer uma intensa ruptura ante às minhas crenças errôneas de quem eu "deveria ser para ser aceita", para que eu pudesse ao menos vislumbrar a minha verdade em minhas vulnerabilidades e as minhas belezas nascendo das minhas dores, dos meus talentos, da luz e sombra que existem em mim e que são reais, não há como fugir.

O canal de expressão foi aos poucos se fortalecendo. Não houve uma ruptura selvagem, nem uma fase de rebeldia. O contato com a arte – principalmente o canto, a dança e a música a partir do aprender a tocar violão – e o contato com a natureza em todas as suas expressões foram e tem sido ambas fonte de cura em minha trajetória de “volta para casa” e de conquista de quem eu sou. É preciso realmente muita coragem para olhar para dentro e não sair correndo! Para conseguir soltar o controle e parar de julgar, apenas olhar como uma observadora atenta e confiante na melhora e no crescimento constante no processo de vir a ser. Senti, e sinto, em muitos momentos, certo desamparo, e muita dor. Mas em todos esses instantes eu logo peço ajuda e sou abundantemente socorrida, amparada e acarinhada! Sou grata! É fato que ainda fujo bastante da dor, ainda me parece ser um tanto assustador! Mas estou adquirindo o hábito de seguir avante!

 

Imagem Ilustrativa do Post: Abstract // Foto de:  // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/xmex/26049043630

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura