Título: Criminologia e Governamentalidade

Autor: Clarice Beatriz Sohngen, Auguato Jobim do Amaral, Ricardo Jaxobsen Gloeckner

Código de Barras: 9788594771261

Páginas: 240

Valor: Esgotado

ISBN: 9788594771261

Esgotado

Indescritível a honra de podermos disponibilizar ao público, com o apoio da Editora  Empório  do  Direito, um espaço singular para as ciências criminais. Uma Série disposta sobre um campo de saber interdisciplinar por excelência, politicamente enraizado, e que concerne à responsabilidade de encontros frutíferos para a decisão sempre urgente de transformar a crise em crítica.A condição atual de normalização da barbárie punitiva histo-ricamente fixada e seus permanentes e violentos desdobramentos necessitam de um pensamento agudo que tenha primordialmente a responsabilidade de questionar este estado de crise. Diante de tamanha relevância temática, abre-se um espaço para investigação interdisciplinar crítica que represente uma ruptura aos esquemas legitimantes postos pelos discursos tradicionais e que demonstre empenho  na  desconstrução do caldo cultural difuso notadamen-te com traços autoritários. As inúmeras dinâmicas em matéria de violência punitiva – respaldadas por práticas ardilosamente racio-nalizadas jurídica e politicamente – em algum sentido, indicam uma biopolítica preocupada com uma governabilidade forjada por narrativas  de  exclusão/morte  e  funcionalizada  pelas  rotinas  penais.     Às pulsões totalizantes de um poder punitivo, aos afetos de medo que o monopoliza, bem como às suas técnicas securitárias em escala global, requer-se um enfrentamento que não pode se furtar ao aporte interdisciplinar. Assim, para interrogar as tendências e contornos de uma cultura punitiva e estarmos à altura de tempos urgentes, é que as ciências criminais devem fundar seu limiar radi-calmente. Afinal, mais diretamente, o que haveria de decisivamente contemporâneo e radical senão o profundamente im-possível e ne-cessário traço de con-vocaçãoética que a “questão criminal” possa se debruçar? Na fragilidade densa da resistência contra os blocos maciços de sentidos e racionalidades bem pensantes, diante das ten-dências justificantes da imposição violenta de supostos fins “justos”, talvez reste ainda pulsares, como instantes outros que excedam toda de presença ensimesmada.Para tanto, como desafio ímpar, a Série  Ciências  Criminaisfoi pensada como abertura fértil a uma qualificada resistência na seara do conhecimento pasteurizado sempre pronto a colonizar o saber nas ciências criminais. Prima-se por garantir o acesso a obras fundamentais nas mais diversas dimensões dos debates relativos à naturalização da violência punitiva. Baseada nesta premissa, a Série possui linhas editoriais plurais. Sua primeira direção tem como princípio fundamental ser um canal de acesso às atuais problematizações nos assuntos de interesse às ciências criminais em ampla escala, no Brasil e no exterior. De um lado, aproximar pesquisas no âmbito nacional, dispondo interfaces entre suas produções e experiências, por outro, construir traduções e possibilitar o diálogo, pontes profícuas a privilegiar a diferença. Permitir que se desenhe o caleidoscópio brasileiro neste campo, juntamente com suas aproximações e distensões ao pensamento alienígena, é contribuir para o encontro com sua própria singulari-dade e a possibilidade de fazermo-nos outros a nós mesmos.Uma segunda vertente possui acento na reedição de obras clás-sicas do pensamento das ciências criminais. A dificuldade em se encontrar obras esgotadas, vindas do Brasil e do exterior, que ainda hoje são merecedoras de atenção crítica, encontra-se na base desta linha preocupada com a genealogia do pensamento crítico nas ciên-cias criminais. Emergências estas que, quiçá, acabaram se desviando das principais trajetórias editoriais, habitando injustificável espaço restrito às discussões de pós-graduação, ou um número pequeno de leitores. Nas frestas de uma memória reverberam outros futuros possíveis. Revigorar o debate científico nas ciências criminais cer-tamente passa por aí.Por fim, uma terceira linha a ser contemplada na presente Sériecuida de apresentar ao público brasileiro jovens pesquisado-res, com obras de vanguarda que procuram oxigenar a atmosfera neste campo. Muitas vezes, o mercado editorial se encontra fecha-do para autores iniciantes e a tarefa desta linha é a de ajudar que o público tenha acesso a um rico material, represado em virtude da conjuntura do mercado editorial brasileiro.  Portanto, em tempos sombrios de naturalização da violência, sobretudo dos dispositivos de punição, em que o embrutecimento do pensamento toma protagonismo, orientado pelos auspícios neolibe-rais, a urgência radical de alguma inteligência disposta a enfrentar a burrice do fanatismo mobilizado pelos fascismos como modo de vida atrofiado pelo terror se impõe. O vazio reflexivo ganha eco, matraqueado pelo senso comum que, em matéria penal, concreta-mente, não apenas franquia a morte em escala industrial operada pelo sistema penal, mas forja uma expansiva e permanente tecno-logia de governo hábil à eliminação da diferença. Responsabilidade diante este estado de coisas é mais que mera questão de engajamen-to e luta, atualmente trata-se de ponto nevrálgico de sobre-vivência.

Título: Criminologia e Governamentalidade

Autor: Clarice Beatriz Sohngen, Auguato Jobim do Amaral, Ricardo Jaxobsen Gloeckner

Código de Barras: 9788594771261

Páginas: 240

Valor: Esgotado

ISBN: 9788594771261

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO OBRA CRIMINOLOGIA E

GOVERNAMENTALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Ricardo Jacobsen Gloeckner e Augusto Jobim do Amaral

EXPERIMENTOS EM RISCO E JUSTIÇA CRIMINAL . . . . . . . . 9

Tradução Letícia Burgel e Ricardo Jacobsen Gloeckner

GENEALOGIA, SISTEMATIZAÇÃO E RESISTÊNCIA NO

‘LIBERALISMO AVANÇADO’ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Tradução Gabriela Casarin e Ricardo Jacobsen Gloeckner

GOVERNAMENTALIDADE E RISCO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Tradução Mariana Gastal, Fernanda Martins e Augusto Jobim do Amaral

RISCO E CRIMINOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

Tradução Leandro Ayres França

UMA CRIMINOLOGIA QUE ASSUME O RISCO . . . . . . . . . . . 111

Tradução Leandro Ayres França

NEOLIBERALISMO E RISCO NA CRIMINOLOGIA . . . . . . . . 133

Tradução Mariana Gastal

PUNIÇÃO VOLÁTIL E CONTRADITÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . 153

Tradução Augusto Jobim do Amaral e Fernanda Martins

TEORIZANDO PENA DE MULTA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179

Tradução Augusto Jobim do Amaral e Fernanda Martins

MULTAS, RISCOS E DANOS: SANÇÕES PECUNIÁRIAS

E JUSTIÇA NAS SOCIEDADES DE CONTROLE POR PAT

O’MALLEY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205

 

Tradução Leandro Ayres França 

Sugestão de leitura dos autores

Você também pode gostar de:

Voltar