A entrevista de hoje é com a autora Taysa Matos, coordenadora das obras Direto & Poesia volumes 1, 2, 3 e 4
1. A Dra, poderia falar um pouco sobre o tema do livro?
O tema surgiu da necessidade de inter-relacionar o Direito com todas as possibilidades de arte. Por natureza o Direito costuma ser mais dogmático e se prender aos processos e procedimentos, fazendo uma leitura do “existir” mais voltada para o fato e suas relações jurídicas. Então, a proposta do livro foi, como disse Ezilda Melo em seu prefácio, deixar a poesia falar sobre direitos; deixar a arte imortalizar caminhos; deixar a vida descrever as mudanças legais expressas pelas vontades, desejos, novas mentalidades e lugares na construção do Direito.
2. Como foi o processo de criação da obra?
A obra é fruto das publicações na Coluna do Empório do Direito: Direito & Arte. No ar desde 2018, fizemos uma compilação dos textos de 2018 a 2020 que resultaram nos quatro volumes, com mais de 100 autores.
3. Como a obra pode contribuir para o meio jurídico?
Como disse Marisa Áurea Falcão na apresentação da obra, a poesia habita em diversas moradas. E sua diversidade não impede a unidade. Como a arte transita por diversos espaços da vida expressando-se por diversos meios, tudo, inclusive o Direito, pode ser poético sem ser poesia. Então, como uma teia que se entrelaça, o Direito e a arte caminham de mãos dadas e descrevem, com a alma, o existir humano. Para Marisa Áurea Falcão, eles residem “simultaneamente naquele que se dedica ao fazer poético, intensificando uma experiência de linguagem, e naquele que a percebe em sentimentos preexistentes, revelados enfim pelo contato com a experiência poética”.
4. Como teve a ideia de transformar os artigos em livro?
Resposta: Recebemos inúmeros textos que são publicados periodicamente, entretanto, tê-los não só disponíveis na coluna é possibilitar que esse olhar poético do/para o Direito se perpetue. Com isso, iniciar essa correlação é instituir um ambiente “rico e fértil, cheio de possibilidades do novo. Veio em boa hora e sinaliza que os tempos mudaram e que o Direito se oxigena com novos ares” (Ezilda Melo).