Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Num sadismo sem igual
Um prazer perverso
Que satisfaz o aparelho estatal.
Perversão de direitos
Anulação de humanidade
Aniquila-se o sujeito
Em uma real reciprocidade.
"Aqui se faz, aqui se paga"
"Olho por olho, dente por dente"
A barbárie se propaga
O presidiário é um indigente.
Um ser que possui direitos
Agora é configurado segundo seus delitos
Ai de quem promover o pleito
De imediato o tornam "defensor de Bandidos"
Falam em garantir direitos
Selecionando quem merece
De acordo com o sujeito
Deixa pra lá ,enfim, esquece!
Citam horrores antigos
Como um cenário a comparar
Mas a condição dos internos no presídio
Não é possível mensurar.
Dizem ser Cemitério dos vivos
Chamam de Depósito de gente
O frio e solitário já não mais existe
Pois a superlotação deixa tudo muito quente.
"Sem comoção ou drama"
"Eles merecem isso e muito mais"
Discurso de ódio e vingança humana
Onde eu questiono,quem de fato são os animais?
Por ser um Estado sádico
Acredito estar com sorte
Há um clamor para imitar a Indonésia
E que sejamos condenados a morte .
Segue o registro, uma menção
Nomearei como "A arte do crime"
Mesmo sob essa opressão
Da responsabilidade penal não se exime.
É crime pensar...
É crie dar a volta por cima
É irracional recomeçar
Pois a lógica é ser vítima de chacina!
São frases e fragmentos
De uma vida condenada
Está claro que o Sistema
Deseja ver sua esperança anulada.
Quanto aos amontoados
Deixem eles como estão
Existem muitas "pessoas de bem"
Que demandam maior atenção
"Pessoas de bem" "Pessoas do mal"
Um dualismo sem aliança
Não se pensa em Justiça
No íntimo deseja a vingança.
Que Deus nos proteja
Dos tais "cidadãos do bem"
Que se estabeleça o direito
Sem escolher a quem...
Imagem Ilustrativa do Post: two people laying on bed // Foto de: rawlpixel.com // Sem alterações
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